O descaramento do Pastor Silas Malafaia, conselheiro de Jair Bolsonaro (Sem partido) não tem fim. Na mesma semana em que o presidente voltou de um périplo pelo Oriente Médio, passando pelos Emirados Árabes, Malafaia lançou nas redes uma caravana turística para a “Terra Santa” que inclui Dubai entre os destinos.
“Você sonha em conhecer os lugares que a Bíblia cita e visitar os locais por onde Jesus passou? Então, em 2022, participe comigo da caravana para Israel e Dubai!”, anunciou em seu Instagram.
No entanto, o anúncio da inclusão de Dubai – terra em que apenas o Jair Messias passou – causou indignação entre fiéis e seguidores do pastor.
“O que Dubai tem haver com o evangelho”, emendou outro seguidor, identificado como Will Johnn.
“Vai fazer uma santa ceia e pregação em Dubai. Lá não entra nem com bíblia”, ironizou o perfil Bio Darcisio.
Conselheiro e influenciador de Jair Bolsonaro, segundo o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Malafaia tem aproveitado a proximidade com o presidente para usufruir e ganhar dinheiro com o turismo.
Em outubro, juntamente com Nelson Piquet, Malafaia fez parte da excursão que Bolsonaro levou para passar uma noite a bordo do navio Aeródromo Multipropósito Atlântico, da Marinha, no Rio de Janeiro.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Malafaia classificou a viagem como “sensacional” e mostrou detalhes do passeio, incluindo a suíte de Piquet e um jantar em alto mar – veja aqui.
O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) classificou como “escárnio” o turismo militar promovido por Bolsonaro e entrou com requerimento para saber qual o motivo e os gastos envolvidos no passeio, que incluiu o acompanhamento de um exercício militar no mar.
Malafaia e Véio da Havan no relatório da CPI
Ao lado de Luciano Hang, o véio da Havan, Malafaia também foi indiciado no relatório da CPI da Covid acusado de incitação ao crime, prevista no artigo 286 do Código Penal, por divulgação da fake news no âmbito da pandemia.
O próprio presidente Jair Bolsonaro é acusado deste crime, entre os outros 10 que os são imputados. Neste grupo de divulgadores de notícias falsas, estão parlamentares bolsonaristas, como Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF), os filhos do presidente (Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro), empresários como Carlos Wizard e blogueiros como Oswaldo Eustáquio e Allan dos Santos.
No relatório, Renan Calheiros argumenta que Bolsonaro incitou o crime através da divulgação de notícias falsas pois encorajou brasileiros infringirem medidas sanitárias preventivas. “Em relação a esse delito, o Chefe do Executivo não agiu sozinho, na verdade, foram vários os agentes, sempre contanto com uma estrutura organizada”, escreve o relator – veja a lista dos indiciados pela CPI.