Mais de três meses depois de ter dado entrada num hospital particular para ter um bebê e sair de lá com mão e punho esquerdos amputados, a fiscal de caixa de supermercado, Gleice Kelly Gomes Silva, de 24 anos, ainda busca uma resposta para o que aconteceu.
A paciente e seus familiares alegam que o Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, na Zona Oeste, até hoje não deu nenhuma explicação sobre o que motivou a amputação.
O caso foi registrado na 41ª DP na última quinta-feira, como lesão corporal culposa, motivada por imperícia. A unidade encaminhou a paciente para exame de corpo de delito, que foi feito nesta segunda-feira no Instituto Médico Legal (IML), na Leopoldina. Gleice explicou que demorou a fazer o registro porque ainda dependia do plano de saúde para dar seguimento no tratamento e temia represálias. Posteriormente ela teve de voltar ao hospital para fazer uma curetagem.
A paciente estava com uma gestação de 39 semanas de seu terceiro filho — todos meninos, sendo o mais velho com oito anos o meio com quatro — quando deu entrada na unidade de Jacarepaguá, em 9 de outubro do ano passado. A criança nasceu no dia seguinte, de parto normal, pesando pouco mais de três quilos.