À medida que os valores e os dados do cartão corporativo usado por Jair Bolsonaro (PL) durante os anos em que esteve na Presidência são revelados, a farsa do “homem do povo”, com gostos simples, vai caindo e os abusos com o dinheiro público se torna latente.
Após o Estadão revelar a gastança com ítens como cortes nobres de carne, camarão e bacalhau para abastecer as refeições do clã Bolsonaro no Palácio da Alvorada, a Fiquem Sabendo – Agência de dados públicos independente e especializada na Lei de Acesso à Informação – divulgou notas e requisições que mostram que os gostos do ex-presidente por guloseimas vão muito além do famoso pão com leite condensado Moça.
As notas e requisições mostram gastos com coxinhas, pote de Nutella, panetone da Cacau Show, salgadinhos como Fandangos e Doritos.
Além disso, os documentos revelam compras de brinquedos infantis, como língua de sogra, e formas para fazer cupcake.
Segundo a agência, que obteve as notas via Lei de Acesso à Informação, há uma série de saques no valor de R$ 1 mil, o que causa estranheza e dificulta o rastreamentos dos fatos.
A Fiquem Sabendo diz que “só existem cópias físicas dessas notas e nossa equipe conseguiu escanear, até o momento, cerca de 2,6 mil páginas – 20% do total”.
“Essas notas já deveriam estar na internet, mas até o momento a única forma de acessá-las é em um prédio do governo federal, em Brasília (DF). No formato atual – caixas e mais caixas de papeis arquivados em um só lugar – o risco de prejuízo é enorme. Muitas das notas estão praticamente apagadas e difíceis de ler. E é praticamente impossível que todo cidadão que queira ter acesso a essas notas consiga entrar no prédio, que tem entrada controlada”, diz o texto.