Por CYNARA MENEZES – Em seu mea culpa por ter apoiado a ditadura militar, 49 anos após o golpe de 1964, as organizações Globo disseram ter sido um erro o “apoio editorial” ao regime. Modéstia: a televisão da família Marinho não deu só “apoio editorial”, foi partícipe da ditadura, sócia dos generais na encenação de farsas que visavam transmitir “normalidade” ao país.
Uma delas foi a apresentação de Caetano Veloso na emissora durante uma curta visita que o cantor fez ao Brasil, em janeiro de 1971, quando estava exilado em Londres. Para dar a impressão de que havia partido por decisão própria e não porque sofria perseguição política, Caetano foi obrigado pelos militares a cantar na TV Globo.
O próprio cantor contou essa história na autobiografia Verdade Tropical, de 1997, festejada na mídia comercial com pompa e circunstância, mas, claro, sem dar nenhum destaque ao trecho onde Caetano denuncia a cumplicidade da emissora com seus algozes.
Na matéria especial de 8 minutos dedicada pelo dominical Fantástico ao livro, apresentada por Pedro Bial e Carla Vilhena, os trechos pinçados, lidos por Gil, Maria Bethânia, Oscar Niemeyer, Jorge Mautner e Tom Zé, são de crítica à esquerda –além de uma eulogia à prata da casa, Roberto Carlos, que aparece quase como um herói contra a ditadura.
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