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Starlink pode perder licença para operar no Brasil, diz Anatel

A Anatel está investigando se a Starlink está cumprindo ou não a decisão judicial, e o descumprimento será comunicado a Moraes. Baigorri mencionou que técnicos da Anatel acessarão a rede da Starlink nas principais regiões onde ela opera para verificar

Starlink pode perder licença para operar no Brasil, diz Anatel

Em entrevista ao Estúdio i, da Globo News, nesta segunda-feira (2/9), Baigorri afirmou que, se forem confirmados indícios de desobediência à ordem judicial, a Anatel abrirá um processo administrativo contra a Starlink.

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, alertou que a Starlink, empresa de internet via satélite controlada por Elon Musk, corre o risco de ter sua licença cassada no Brasil se continuar a desrespeitar a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o bloqueio do acesso à rede social X, também de Musk.

Em entrevista ao Estúdio i, da Globo News, nesta segunda-feira (2/9), Baigorri afirmou que, se forem confirmados indícios de desobediência à ordem judicial, a Anatel abrirá um processo administrativo contra a Starlink.

Durante o processo, a empresa terá o direito à ampla defesa, mas poderá sofrer sanções previstas na Lei Geral de Telecomunicações, que variam de advertências a multas e até à cassação da outorga, que é a licença necessária para operar no Brasil.

“A agência segue a lei do processo administrativo. As sanções possíveis começam na advertência, passam pela sanção de multa e, em última instância, podem resultar na cassação da outorga. Perdendo a outorga, a Starlink perde a autorização de prestar serviços de telecomunicações no Brasil”, explicou Baigorri.

A Anatel está investigando se a Starlink está cumprindo ou não a decisão judicial, e o descumprimento será comunicado a Moraes. Baigorri mencionou que técnicos da Anatel acessarão a rede da Starlink nas principais regiões onde ela opera para verificar o cumprimento da ordem de bloqueio.

No domingo (1º/9), a Starlink comunicou à Anatel que não cumpriria a ordem de derrubada do acesso ao X enquanto suas contas bancárias estivessem bloqueadas, conforme determinação do ministro Moraes.

A decisão de bloqueio das contas foi uma forma de garantir o pagamento de multas acumuladas por descumprimento de decisões judiciais anteriores.

Desde abril deste ano, Musk e suas empresas, incluindo a Starlink e o X, vêm enfrentando uma série de desafios legais no Brasil. As empresas são investigadas por supostamente falharem em bloquear perfis que disseminam desinformação e ataques às instituições democráticas.

Além disso, Musk também tem sido alvo de críticas por não pagar multas impostas pelo STF, acumulando um histórico de desobediência às leis brasileiras.

Para Moraes, a Starlink e o X operam como um mesmo grupo econômico, o que justificou o bloqueio das contas da empresa de internet como garantia de pagamento das multas devidas pelo X. Moraes argumenta que a atuação conjunta das empresas no país facilita a propagação de conteúdos que violam as leis brasileiras.

Com cerca de 225 mil usuários no Brasil, a Starlink ocupa a 16ª posição entre as operadoras de internet no país.

A empresa é conhecida por fornecer acesso à internet em regiões remotas e de difícil acesso, utilizando uma constelação de satélites de órbita baixa.

Baigorri reforçou que a Anatel não se posiciona contra a operação da Starlink no Brasil, mas que o cumprimento das leis e decisões judiciais é fundamental para que qualquer empresa continue operando no país.

“A Anatel está cumprindo seu papel regulador e fiscalizador. Se há uma decisão judicial, ela precisa ser respeitada por todos, independentemente do porte da empresa ou de quem a controla”, concluiu o presidente da agência.