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Toffoli nega pedido contra Aras feito por membros do Conselho Superior do Ministério Público

Grupo de procuradores vê atuação irregular do procurador-geral da República em uma ação que o acusa de não investigar atos de Bolsonaro. Ministro do STF diz não ter visto ilegalidade ou abuso de poder.

Toffoli nega pedido contra Aras feito por membros do Conselho Superior do Ministério Público

Os procuradores pediram ao Supremo, então, que Aras e Humberto Jacques (o vice-procurador-geral), além de seus assessores, fossem impedidos de interferir na tramitação dessa representação criminal.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli negou na noite de segunda-feira (23) o seguimento a uma ação movida por 5 membros do Conselho Superior do Ministério Público Federal contra o procurador-geral da República, Augusto Aras, que será ouvido nesta terça-feira (24) para mais um mandato à frente da PGR (leia mais ao fim deste texto).

Nessa ação, o grupo de procuradores afirma houve irregularidades na tramitação de uma representação que acusa Aras e o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, de se omitirem de investigar atos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A representação foi entregue ao Conselho Superior do Ministério Público Federal em 9 de agosto. Aras é o presidente desse conselho.

Na ação apresentada ao STF, os procuradores afirmam que a representação criminal contra Aras e Jacques foi enviada aos gabinetes deles de forma indevida. E que, além disso, passou por uma série de despachos que tiveram o objetivo de impedir o Conselho Superior do Ministério Público Federal de analisá-la e acabaram a enviando ao Senado.

Os procuradores pediram ao Supremo, então, que Aras e Humberto Jacques (o vice-procurador-geral), além de seus assessores, fossem impedidos de interferir na tramitação dessa representação criminal.

A decisão é a segunda vitória obtida por Aras na véspera de sua sabatina na Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que acontece nesta terça (24) – G1 transmite ao vivo.

Também na segunda, o ministro Alexandre de Moraes arquivou um pedido feito pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania) e Fabiano Contarato (Rede) para investigar Aras também por suposta omissão em relação a atos de Bolsonaro (veja no vídeo abaixo)

Após a sabatina CCJ, Aras ainda precisará obter 41 votos favoráveis em votação secreta no plenário do Senado para seguir na função, o que equivale a maioria simples – a Casa tem 81 integrantes. Caso seja aprovado, permanece no cargo por mais dois anos.

Para indicar Aras a um novo mandato, Bolsonaro voltou a ignorar a lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) — ele já tinha feito isso ao indicar Aras pela primeira vez, em 2019, quando a indicação foi aprovada por 68 votos a 10.