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Vazamento de áudios de Mauro Cid visa atrapalhar investigações, avaliam PF e ministros do STF

Os áudios, divulgados pela revista Veja, atribuem a Cid declarações de que os investigadores da PF "não queriam saber a verdade" e que Moraes "está com a sentença pronta" para condenar os investigados.

Vazamento de áudios de Mauro Cid visa atrapalhar investigações, avaliam PF e ministros do STF

Integrantes da PF, porém, avaliam que uma eventual anulação da delação não invalidaria as investigações, pois apenas confirma outras provas já obtidas.

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes da Polícia Federal avaliam que os áudios vazados em que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), faz ataques à Corte e à corporação, fazem parte de uma estratégia para tumultuar as investigações das quais ele e o ex-mandatário são alvos, diz a jornalista Andréia Sadi em sua coluna no G1.

Cid, que foi preso em maio de 2023 durante uma operação que investigava a emissão fraudulenta de cartões de vacina para Bolsonaro, seus familiares e aliados, firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Desde então, sua colaboração tem sido utilizada em diversas frentes de investigação, incluindo aquelas que apuram possíveis desvios de joias da União pelo ex-mandatário e uma suposta tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após a derrota nas urnas em 2022.

Os áudios, divulgados pela revista Veja, atribuem a Cid declarações de que os investigadores da PF “não queriam saber a verdade” e que Moraes “está com a sentença pronta” para condenar os investigados. A divulgação dos áudios coloca em risco o acordo de delação de Cid, uma vez que a discussão sobre a colaboração está sob sigilo e ele não pode discuti-la com ninguém além de seus advogados e os investigadores. “Uma dúvida também a ser apurada é se houve combinação desses áudios com advogados de outros investigados, o que poderia configurar obstrução de Justiça”, destaca a reportagem.

Integrantes da PF, porém, avaliam que uma eventual anulação da delação não invalidaria as investigações, pois apenas confirma outras provas já obtidas. “[Cid] só tem a perder. A delação apenas corrobora as demais provas que temos… pouco traz de novo”, afirmou uma fonte da PF.