Esta checagem foi realizada por jornalistas que integram o Projeto Comprova, criado para combater a desinformação, do qual o Metrópoles faz parte. Leia mais sobre essa parceria aqui.
Conteúdo verificado: Vídeo mostra um homem gritando e sendo contido por seguranças em uma sala de espera de hospital. O vídeo contém uma legenda no topo que diz “vacinação mata criança na Paraíba”. Na parte de baixo, há a frase “pai desesperado ao ver seu filho morto”.
É FALSO o vídeo que alega mostrar um “pai desesperado ao ver seu filho morto” por causa da vacinação contra a Covid-19 na Paraíba. As imagens na realidade foram feitas em 2019 em uma maternidade no Amazonas. Além disso, nenhuma criança morreu após ter sido vacinada na Paraíba, segundo o governo local.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.
A maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus, confirmou ao Projeto Comprova que o vídeo é de fevereiro de 2019. A Secretaria de Saúde da Paraíba divulgou nota à imprensa dizendo que as imagens não foram feitas no estado, “tampouco que [a morte] tenha sido um efeito da vacina contra Covid-19”. O órgão também informou que “nenhum efeito adverso grave em decorrência da vacina foi registrado no estado”.
Para o Comprova, o vídeo é falso porque sofreu edições a fim de mudar o seu significado original e foi divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) confirmou ao Comprova que o vídeo foi gravado na maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus, em fevereiro de 2019. À época, uma mulher grávida de 34 semanas deu entrada no hospital, com risco de parto prematuro. A morte da criança, que gerou a revolta do pai, ocorreu após um deslocamento prematuro de placenta. Posteriormente, a mãe foi internada em uma Unidade de Terapia Intensiva e também não resistiu.
Sobre o caso, a pasta alega que a maternidade “passou por melhorias estruturais para oferecer o melhor acolhimento a grávidas, puérperas e recém-nascidos, assim como também houve investimento na capacitação de todos os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar da unidade e dos equipamentos para exames”.
A morte da criança e da mãe não teve qualquer relação com a vacina da Covid-19, de acordo com a confirmação da SES.