*Por Francisco Praciano – A nova redução do IPI é de pouco impacto, permanecendo ainda alta a vantagem comparativa de produzir na Zona Franca de Manaus.
É colocar viseira analisar a saída do PIM de uma empresa sob o ponto de vista somente contábil.
Temos, mormente o governo e os políticos, que ter uma visão mais ampliada e estratégica da ZF e seus impactos na
Amazônia. Os governadores do Amazonas têm que ser verdadeiros estadistas. A Heineken levanta sua tenda do Polo Industrial de Manaus e outras poderão também fazê-lo, não somente por conta da redução de IPI ou por dificuldades logísticas e sim, de um lado, pelo descompromisso com a Amazônia, de outro, pela incapacidade do governo de firmar compromissos mais amplos e nobres. As empresas do PIM aqui se instalaram para remunerar gordamente o seu Capital, não atentando para sua função social e para função de proteger a Amazônia, conforme rezam estudos científicos.
Vou ser mais duro: As empresas instaladas no PIM são do tipo nômade, sem compromissos com a Amazônia, sua cultura, seus interesses e importância para o Planeta. As empresas do polo industrial não se integram com região, nem se sensibilizam com os interesses da Amazônia que hoje se confundem, claramente, com os interesses do mundo, da Terra, dado que salvar a Amazônia é salvar a Terra. Assim grita a Ciência. Empresários e governos não atentam pra isso e tratam da ZF aritmética e contabilmente, discutindo benefícios, isenções vantagens, retorno e remuneração de Capital. Selvageria pura e liberal.
E ainda: na Zona Franca, por incorporarem os benefícios e as isenções aos lucros, as empresas ganham tão rápido fortunas e, por conta, amortizam tão rapidamente seus ativos (galpões e maquinas) que suas estruturas são algo como “tendas” , ou seja, podem ser abandonadas ou montadas, facilmente, em outro lugar mais rentável, de logística mais fácil, de regulação menos exigente e mais estável. Assim, aqui ou acolá, não importando onde, improvisam novos acampamentos sem compromissos além do financeiro.
O PIM pode virar um cemitério de galpões e maquinas se o Capital itinerante e prostituído por quem pagar mais, for agredido por uma remuneração levemente menor.
Como seria bom que a Heineken e as grandes empresas do Polo Industrial de Manaus permanecessem e outras viessem aqui se instalar, malgrado suas voracidades, em nome dos interesses da Amazônia que, repito, se confundem com os interesses do Planeta.
O tipo de produção sem fumaça é apropriado pra região , pois não polui, desentropisa a região e desmotiva atividades predatórias do Bioma amazônico.
Ademais, poder-se-ia aprimorar o modelo, incorporando ao preço dos produtos incentivados na Zona Franca uma taxa, uma espécie de Créditos de Carbono que comporia um fundo para proteção da Amazônia. Aí poderíamos gritar que A ZONA FRANCA É POP!!
E o Agro na Amazônia é PAPO!!
E a Mineração, e o desmatamento, e as queimadas são PAPO!! A Zona Franca seria verdadeiramente POP, dado que cuidaria da floresta, dos Povos da Floresta e dos que precisam da floresta, a Humanidade.
Se não sonhamos, só construímos o caos. Queremos construir outro mundo. O sonho é o começo.
FRANCISCO PRACIANO – PT/AM.
*Por Francisco Praciano – PT/AM.