A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deu início às discussões visando conceder um aumento real do salário mínimo mais alto em 2023 do que o que vinha sendo debatido anteriormente.
“Segundo as discussões preliminares, o valor do piso nacional poderia chegar a R$ 1.319. Hoje, a proposta orçamentária para o ano que vem prevê um reajuste de 7,41%, passando dos atuais R$ 1.212 para R$ 1.302”, diz o jornal Folha de S. Paulo.
Ainda segundo a reportagem, o gasto para bancar a diferença de R$ 17 seria de cerca de R$ 6,4 bilhões. As discussões tentam colocar o montante na PEC da Transição, que está sendo negociada pelo governo eleito junto ao Congresso Nacional.
“Congressistas que participam das discussões já incorporaram o discurso de que o reajuste mais elevado em 2023 busca compensar parte do período em que o salário mínimo ficou congelado em termos reais durante o governo Bolsonaro”, diz o periódico.
O último aumento real do salário mínimo foi registrado no início de 2019, quando Jair Bolsonaro (PL) “aplicou a política de valorização do salário mínimo que havia sido implementada ainda na gestão Dilma Rousseff (PT). A partir de 2020, o piso foi corrigido apenas pela inflação —atualização que é garantida pela Constituição”.
Ainda segundo a reportagem, “a PEC de Transição também vai autorizar gastos extras para assegurar a continuidade do benefício mínimo de R$ 600 do Auxílio Brasil, pagar o benefício adicional de R$ 150 por criança com até seis anos, reduzir as filas do SUS (Sistema Único de Saúde), ampliar as ações de saúde indígena e merenda escolar, além de destravar recursos para investimentos”.