
“A oferta de produtos não acompanhou a demanda”, disse o ministro. “Essa calibragem é fundamental para continuar crescendo com inflação minimamente controlada.”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (7), durante participação no Flow Podcast, que a previsão de uma “supersafra” e a desvalorização do dólar frente ao real devem reduzir os preços de diversos alimentos nos próximos meses.
Haddad explicou que a inflação também subiu porque a economia brasileira cresceu. Nesta sexta-feira, foi divulgado que o PIB (Produto Interno Bruto) registrou alta de 3,4% em 2024, o maior crescimento desde 2021.
“A oferta de produtos não acompanhou a demanda”, disse o ministro. “Essa calibragem é fundamental para continuar crescendo com inflação minimamente controlada.”
Ele destacou que a expectativa de uma supersafra deve ajudar a conter os preços dos alimentos. “Acredito que uma série de produtos mais caros vá reduzir com a entrada da safra deste ano. Tudo indica que será uma supersafra, ao contrário do ano passado”, afirmou.
Além disso, Haddad apontou que a queda do dólar pode contribuir para aliviar os preços. “A entrada da safra vai ajudar, a redução do preço do dólar vai ajudar”, declarou, citando também o impacto das mudanças climáticas na produção agrícola em 2024.
“Teve inundação no Rio Grande do Sul, seca no Centro-Oeste, o milho ficou caro, a galinha come milho, o frango e o ovo ficaram caros”, explicou. No entanto, ele ressaltou que alguns produtos devem continuar com preços elevados, como o café, cujo consumo “está aumentando muito no mundo”.
Para o ministro, o foco agora é conter a alta de preços. “O PIB cresceu, o desemprego está na mínima histórica. Temos de cuidar da inflação. É uma engenharia que você vai calibrando”, afirmou. “Crescer acertando as contas públicas.”
Haddad também reforçou a necessidade de cortes de gastos. “É importante voltar a ter as contas no azul? Minha resposta há dois anos é ‘sim’. Tem gente que discorda e tem quem quer fazer mais rápido, sacrificando direitos sociais”, disse.
Ele finalizou comparando a situação econômica do Brasil com a da Argentina, destacando que o país não enfrenta os mesmos desafios. “O Brasil precisa fazer um ajuste, mas ele não precisa ser recessivo”, afirmou. “A condição do Brasil não é aquela. O Brasil não tem dívida externa, tem reservas cambiais.”