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Morre no Rio Emiliano Queiroz, o Dirceu Borboleta de O Bem-Amado

De acordo com o amigo e produtor Eduardo Barata, às 4h30 desta sexta (4) acordou, tomou banho e começou a passar mal. Emiliano chegou a ser levado de volta para o hospital, mas teve uma parada cardíaca. O ator foi

Morre no Rio Emiliano Queiroz, o Dirceu Borboleta de O Bem-Amado

O talento para a dramaturgia surgiu muito pequeno, e ainda criança brincava de fazer teatro para os adultos em Aracati, sua cidade natal, no litoral do Ceará.

O ator Emiliano Queiroz morreu nesta sexta-feira (4) aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Com atuação em mais de 40 novelas, tem entre seus papéis de mais destaque o Dirceu Borboleta de “O Bem-Amado” (1973).

O artista passou 10 dias internado na Clínica São Vicente da Gávea, na Zona Sul do Rio, em função de ter colocado três stents no coração. Nesta quinta (3), ele teve alta médica e foi para casa.

De acordo com o amigo e produtor Eduardo Barata, às 4h30 desta sexta (4) acordou, tomou banho e começou a passar mal. Emiliano chegou a ser levado de volta para o hospital, mas teve uma parada cardíaca. O ator foi reanimado e entubado, mas morreu horas depois.

Em 2022, o ator comemorou 70 anos de carreira e deu uma entrevista ao programa Conversa com Bial, onde relembrou momentos que ficaram marcados em seu coração ao longo dessas décadas.

O talento para a dramaturgia surgiu muito pequeno, e ainda criança brincava de fazer teatro para os adultos em Aracati, sua cidade natal, no litoral do Ceará.

Quando tinha 4 anos, seu pai o levou para assistir a ‘O Mártir do Gólgota’, peça de Henrique Perez Escrich, despertando definitivamente a sua vocação: “No outro dia, eu já fazia ‘O Mártir do Gólgota’ para lá e para cá, e os professores começaram a valorizar essa facilidade que eu tinha”, contou o ator em entrevista ao Memória Globo.

Foi a partir daí que ele começou a fazer parte do grupo de teatro de sua escola. Aos 14, ele entrou para o Teatro Experimental de Arte em Fortaleza e, aos 16, começou a trabalhar na Ceará Rádio Clube.

Emiliano era casado há 51 anos com Maria Letícia, advogada e atriz, de 77 anos. O ator que ajudou a criar 14 filhos junto com a esposa deixa 8 netos e 3 bisnetos. O local, horário do velório e cremação do corpo ainda não estão definidos.

Mais de 40 novelas

O artista ficou gravado no imaginário brasileiro com seu personagem Dirceu Borboleta, em O Bem-Amado, de Dias Gomes, mas participou mais de mais de 40 novelas, além de seriados e minisséries.

Ao todo, trabalhou em mais de 60 filmes, mais 60 peças e cerca de 70 novelas, minisséries e especiais na TV. Fez sua estreia na TV Globo logo após a emissora comprar a TV Paulista, onde ele já trabalhava, em 1965.

Em ‘Eu Compro Esta Mulher’, de 1966, escrita por Glória Magadan, começou a cair nas graças do público. “Eu fazia o papel de um menino meio doidinho”, lembrou ele em entrevista à Memória Globo.

Naquele ano, chegou a apanhar na rua por causa do vilão nazista Hans Stauben de ‘O Sheik de Agadir’ (1966), da mesma autora.

“O povo me odiava. Eu havia assassinado o personagem do Cláudio Marzo no capítulo da noite anterior, e a coisa já começava a ficar braba na rua. Os caras passavam de táxi ou de ônibus e gritavam: ‘Assassino!’. Na manhã seguinte, uma mulher deu com a sombrinha na minha cabeça”, disse ele na entrevista.

Emiliano fez sucesso também com sua participação em Cambalacho, em 1986, com o personagem Tio Biju, e em Alma Gêmea, em 2005, com o Tio Bernardo.

Seu trabalho mais recente em novelas da TV Globo foi em Além da Ilusão, em 2022, Éramos Seis, em 2020, e Espelho da Vida, 2018.

Cinema e teatro

No cinema, ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Gramado por uma participação de três minutos no filme ‘Stelinha’ (1990), de Miguel Faria Jr. Também atuou em ‘A Extorsão’ (1975), de Flávio Tambellini; ‘O Xangô de Baker Street’ (2001), de Miguel Faria Jr. (2001); ‘Madame Satã’ (2002), de Karim Aïnouz; e ‘Casa de Areia’ (2005), de Andrucha Waddington, entre outros.

No teatro, destacam-se personagens como o Veludo da peça ‘Navalha na Carne’ (1969), de Plínio Marcos; o Tonho de ‘Dois Perdidos Numa Noite Suja’ (1971), também de Plínio Marcos; e sua antológica composição de Geni na ‘Ópera do Malandro’ (1978), de Chico Buarque.