O avião particular de pequeno porte envolvido no acidente neste domingo (29) já constava de outro acidente registrado no ano de 2008, na Vila Divinópolis, Pará. Um relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), publicado no ano de 2012, apontou que um vazamento de óleo do motor durante um voo fez com que a aeronave tivesse que realizar um pouso de emergência em uma estrada, colidindo com vários obstáculos, felizmente ninguém ficou ferido.
O avião de modelo 208 B, Caravan, prefixo PT-MEE do fabricante Cessna Aircraft, era operado pela empresa Táxi-Aéreo Marília, da TAM aviação.
O modelo realizou o seu primeiro voo no ano de 1993. Segundo o relatório, a aeronave realizava um voo para transportar malotes dos correios no trecho Belém (PA) – Altamira (PA) – Itaituba (PA), com dois pilotos a bordo, quando no trecho Altamira / Itaituba, com 1h de voo, a tripulação percebeu um odor de óleo na cabine, seguido de uma queda na pressão do óleo do motor.
Em seguida, houve perda da tração da hélice para o chamado passo-bandeira. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, o passo-bandeira é um “ângulo de ajuste da pá selecionado para produzir um mínimo de rotação e mínimo de arrasto da hélice, com o motor parado e o avião em voo”.
A tripulação realizou os procedimentos de emergência e fez o pouso de emergência em um trecho da rodovia transamazônica. Durante o pouso, a aeronave acabou colidindo contra vários obstáculos, até a sua parada total.
Foi apontado que o local escolhido para o pouso de emergência não era o ideal, pois não considerou os riscos de uma colisão com obstáculos, que no caso, era próximo a Vila Divinópolis, no Pará.
“Durante a realização de pouso, o piloto foi obrigado a fazer uma manobra brusca de cabragem, para evitar a colisão contra um veículo e, em seguida, um comando de picar, a fim de passar por baixo de fios condutores de energia elétrica e comunicação que cruzavam a pista, com aproximadamente 07 metros de altura” aponta trecho do relatório.
Após a manobra, a ponta da asa direita acabou colidindo contra um poste de madeira que sustentava a fiação, situado na lateral da rodovia. A aeronave ainda permaneceu voando por mais 470 metros. Ao todo, o deslocamento foi de aproximadamente 758 metros.
Nas inspeções finais foi constatado que os tripulantes não realizaram a inspeção externa antes do voo e, devido a isso, não souberam explicar se o vazamento de óleo ocorreu antes ou durante o voo. Foi verificado também que durante uma última inspeção da aeronave, a mangueira de óleo do radiador havia sido instalada de maneira inadequada. Também foram apontados erros na realização dos serviços de manutenção.