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Bolsonaro pede desculpa a Moraes e chama ataque a ministros de ‘desabafo’

Na ocasião, Bolsonaro disse que os ministros estariam “levando milhões” de dólares e sugeriu que estariam manipulando as eleições daquele ano. Moraes leu a transcrição da fala do então presidente e questionou: “Quais eram os indícios de que nós estaríamos

Bolsonaro pede desculpa a Moraes e chama ataque a ministros de 'desabafo'

Bolsonaro disse que os ministros estariam “levando milhões” de dólares e sugeriu que estariam manipulando as eleições daquele ano. Moraes leu a transcrição da fala do então presidente e questionou: “Quais eram os indícios de que nós estaríamos levando 50 milhões, 30 milhões de dólares?”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi confrontado sobre acusações contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso durante depoimento à Corte nesta terça (10) e recuou. O primeiro magistrado leu declarações feitas por ele durante uma reunião ministerial realizada em julho de 2022.

Na ocasião, Bolsonaro disse que os ministros estariam “levando milhões” de dólares e sugeriu que estariam manipulando as eleições daquele ano. Moraes leu a transcrição da fala do então presidente e questionou: “Quais eram os indícios de que nós estaríamos levando 50 milhões, 30 milhões de dólares?”.

Em resposta, o líder da extrema-direita admitiu que não tinha qualquer prova da acusação, pediu desculpas e alegou que estava somente fazendo um “desabafo”.

“Não tenho indício nenhum, senhor ministro. Tanto é que era uma reunião para não ser gravada, um desabafo, uma retórica que usei. Se fossem outros três ocupantes, teria falado a mesma coisa. Então, me desculpe, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta os senhores”, alegou.

A oitiva integra as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro já havia sido citado em outros inquéritos e agora responde como réu por organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

O depoimento de Bolsonaro ao STF

Bolsonaro se tornou réu junto de sete aliados em março deste ano por participar de plano golpista, que previa o assassinato de autoridades, para anular o resultado das eleições de 2022, que deram vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que o ex-presidente articulou medidas para invalidar o resultado eleitoral, além de mobilizar setores das Forças Armadas, aliados e apoiadores.

Bolsonaro é o sexto integrante do chamado “núcleo principal” a depor no processo. Já participaram de interrogatórios Mauro Cid (ex-ajudante de ordens), Alexandre Ramagem (ex-chefe da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) e o general Augusto Heleno (ex-ministro-chefe do GSI).

Depois do ex-presidente, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general Walter Braga Netto serão ouvidos.