*Por Ademir Ramos – A projeção da imagem é abstraída do poema “A rosa de asfalto” do poeta Eduardo Alves da Costa (No caminho com Maiakóvski – 2003).
O motivo resulta da rebelião dos jovens contra o poder dos mandatários incomodados pela fúria de cactos, aqui configurada na rebeldia da juventude a sofrer toda forma de repressão e arbítrio dos Brucutus do poder para conter o avanço dos protestos contra o preconceito, discriminação e morte das mulheres no Irã. Como também contrários a guerra na Rússia sob a mira das armas atômicas.
No Brasil, a fúria dos cactos, ou seja, a revolta dos jovens cristãos, manifesta-se no contexto eleitoral contra alguns pastores evangélicos que patrulham politicamente o voto dos fiéis, instituindo em nome do sagrado o dirigismo e o pensamento único favorecendo diretamente determinado candidato alinhado com o império temporal dos pastores em afronta a comunhão e a solidariedade na assembleia dos justos.
Com indignação e rebeldia, o versador vaticina em alto e bom som o canto de liberdade porque “somos a geração dos jovens iracundos/ a emergir como cactos de fúria / para mudar a face do tempo” a primar pela liberdade numa perspectiva de fortalecimento da democracia movida pela participação e o protagonismo social.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM do Departamento de Ciências Sociais da UFAM.