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Compra de vacina Covaxin arrasta Bolsonaro para sombra da corrupção

Governo nega irregularidades no contrato para aquisição de imunizante indiano, que se tornou centro da CPI, e ameaça processar o deputado Luís Miranda, que trouxe à tona potenciais problemas na aquisição, e seu irmão, servidor da Saúde que disse ter

Compra de vacina Covaxin arrasta Bolsonaro para sombra da corrupção

Jair Bolsonaro sempre bradava aos seus críticos: “Me chama de corrupto”! Apesar das revelações da imprensa sobre operações suspeitas envolvendo compra de imóveis e presença de funcionários fantasmas nos gabinetes político

Desde que iniciou sua campanha à presidência da República e era chamado de homofóbico, misógino, racista ou defensor de torturadores da ditadura militar, Jair Bolsonaro sempre bradava aos seus críticos: “Me chama de corrupto”! Apesar das revelações da imprensa sobre operações suspeitas envolvendo compra de imóveis e presença de funcionários fantasmas nos gabinetes políticos desde aquela época, era um escudo que funcionava, especialmente com sua base de apoio.

Nesta semana, começou a vir à tona um escândalo que, se comprovado, tem potencial de colar no seu Governo a marca da corrupção.

Com um agravante: trata-se de um caso envolvendo o manejo da crise sanitária que já matou mais de meio milhão de brasileiros. A investigação sobre as suspeitas de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin já estava nas mãos do Ministério Público Federal e do TCU (Tribunal de Contas da União), mas entrou de vez na rota da CPI da Pandemia depois das declarações explosivas do deputado federal bolsonarista Luís Miranda (DEM-DF). Na TV, Miranda disse ter alertado Bolsonaro sobre os supostos problemas do contrato, no valor de 1,6 bilhão de reais.

Miranda afirma que alertou o presidente de que seu irmão, Luís Ricardo Fernandes Miranda, um funcionário do Ministério da Saúde, recebeu uma pressão atípica para fazer o pagamento para um intermediário que vendia a Covaxin, produzida pela empresa indiana Barath Biotech.

O aviso foi feito pessoalmente ao presidente pelo deputado e por Fernandes Miranda em 20 de março, em uma reunião extraoficial no Palácio da Alvorada. Mesmo diante dos alertas e das promessas de Bolsonaro que, segundo os irmãos Miranda, disse que ordenaria a investigação do caso, não está claro o que foi feito. O aviso também fora dado ao então ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello.

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