A comissão montada pelo então presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) para avaliar as questões que seriam aplicadas na versão 2019 do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio censurou, entre outras, uma questão relativa à Mafalda, personagem de quadrinho do argentino Quino.
Na questão, que de acordo com a comissão iria gerar uma “polêmica desnecessária”, Mafalda se dirige à mãe: “sabe, mamãe, eu quero ir para o jardim de infância e estudar bastante. Assim, mais tarde não vou ser uma mulher frustrada e medíocre como você!” A mãe fica desolada e Mafalda sai andando, feliz. “É tão bom confortar a mãe da gente!”
De acordo com reportagem de Luigi Mazza, na revista Piauí, “o grupo, composto por um procurador de Justiça, um diretor do Inep e um ex-aluno de Ricardo Vélez Rodríguez, então ministro da Educação, se reuniu ao longo de dez dias em março de 2019 e usou carimbos de ‘sim’ e ‘não’ para aprovar ou rejeitar questões”.
A reportagem prossegue “ao final dos trabalhos, eles excluíram 66 questões da prova, sem consultar a equipe técnica do Inep, que já havia aprovado todos aqueles itens. Numa planilha de Excel, os censores apresentaram justificativas sucintas – e mal explicadas – para suas escolhas”.
A Mafalda, no entanto, não foi a única censurada pela comissão. A cantora Madonna também foi, na mesma prova de 2019. Uma questão usava a letra da música “Papa Don’t Preach” para falar de gravidez na adolescência. Na música, Madonna interpreta uma adolescente que confessa para seu pai que está grávida.
A Mafalda, no entanto, não foi a única censurada pela comissão. A cantora Madonna também foi, na mesma prova de 2019. Uma questão usava a letra da música “Papa Don’t Preach” para falar de gravidez na adolescência. Na música, Madonna interpreta uma adolescente que confessa para seu pai que está grávida.