Ademir Ramos (*) – Pela ética do magistério, o ser professor é muito mais do que um ofício contratual, é um dever moral que faz do agente um militante da ciência, cultura e saber, capaz de interagir com estes e outros campos do conhecimento com objetivo de aprender mais do que menos sabe.
O universo do conhecimento situa-se muito além da carreira acadêmica. Pois, quando pensamos em concluir um ciclo de estudo somos arrebatados por novos questionamentos em busca de respostas objetivas e convincentes amparadas por determinada teoria seguida de uma metodologia compreensiva que justifique o significado dos fatos em análise.
Sabe-se, portando, que tudo que é sólido se desmancha no ar, as verdades, certezas e hipótese são conferidas em estreita relação com os fatos seguidos de suas transformações no curso da história.
No campo das ciências humanas, em particular na política, o consenso faz-se necessário para se afirmar ou negar teses dominantes recorrendo-se aos meios de comunicação e as plataformas sociais seguidos de debates e análise afins.
É neste contexto que, enquanto professor e conhecedor da nossa história, sinto-me obrigado a participar dos debates, não só para relevar a compreensão do presente e ao mesmo tempo intervir nas coordenadas de um futuro, socialmente justo, pautado pela prática democrática sob o manto do direito e a ordem republicana.
Dessa feita, o professor amplia sua prática pedagógica compartilhando com seus pares e outros atores da academia ou não, sua compreensão do mundo, das coisas e da natureza, submetendo-se a crítica como instrumento de análise capaz de construir novos entendimentos conceituais ou quem sabe repensar sua plataforma de saber aprendendo mais do que se sabe.
Para que tal prática seja consumada o professor, em particular, deva estar aberto às criticas tanto dos alun@s quanto da opinião pública, visto que sua participação nas mídias sociais visa não só pautar um conteúdo programático escolar mais propagar novas leituras dos fatos que de forma direta ou não atingem o que fazer e o como fazer daqueles que integram esta rede ampla de discussão e debate.
A inserção dos mestres nos meios de comunicação tem sido vivenciada por grandes autores a remontar o passado do rádio, amplificando de toda forma a prática acadêmica além da cátedra estática das academias convertendo seus autores em verdadeiro pop star da cultura.
Não é o nosso caso, mas nos fazemos presente nos debates do Jornal Matinal “Informação & Poder” pela Rádio ZLZN – via internet – das 7 às 9h da manhã de segundo à sexta sob a batuta do âncora Thiago Botelho; com gosto de mais política e menos desinformação.
(*) É professor, antropólogo, indigenista, coordenador do Projeto Jaraqui e do Núcleo de Cultura Política do Amazonas vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais da UFAM. ademiramos@hotmail.com