Uma das principais lideranças dos atos golpistas, Ana Priscila Azevedo, atualmente presa, avaliou que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi “inerte” no 8 de Janeiro.
Segundo ela, a corporação “não fez absolutamente nada”. A detida depõe nesta quinta-feira (28/9) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
“O que eu vi foi uma polícia inerte, que não fez absolutamente nada. Sou nascida e criada em Brasília e nunca vi a Praça dos Três Poderes desguarnecida. Não tinha contingente policial nenhum. Eu nunca vi isso na história, isso nunca aconteceu. A polícia não fez nada, estava inerte. As viaturas e os policiais estavam parados. O que eu vi foi um contingente ínfimo. Fui revistada em uma única barreira, simples, pouquíssimos policiais.”
A depoente ainda questionou: “Cadê a tropa de choque, as barreiras de concreto, o contingente policial? A Força Nacional estava ali parada, inerte, no Ministério da Justiça”. Em nota, o ministério citado ressaltou que, conforme acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, a atuação da Força Nacional no dia 8 de Janeiro estava restrita à sede do MJSP e à sede da Polícia Federal.
“A Força Nacional só foi autorizada a atuar de forma completa após a intervenção federal”, pontuou a pasta. Ana Priscila também jogou no Exército a culpa pela manutenção das manifestações golpistas em frente aos Quartéis-Generais.
“Os acampamentos ficaram montados há tanto tempo sem ninguém falar nada em sentido contrário. Por isso, ousamos pensar que éramos bem-vindos. Bastaria um soldado raso nos avisar que deveríamos sair e teríamos ido embora. Ao contrário, vários foram os chamados para que fosse mantida a mobilização popular”, disse, em depoimento inicial.
Ana Priscila mantinha canais no Telegram com mais de 50 mil participantes, incentivando invasões. Mensagens obtidas pelo Metrópoles mostram a movimentação violenta pelo golpe de Estado em grupos administrados pela mulher.
Os grupos mudavam constantemente de nome, eram excluídos por determinação judicial e retornavam à ativa “do zero”. Neles, Ana instigava, e manifestantes de direita mandavam fotos de armas, ameaças e planejamentos para o 8 de Janeiro.