
Foi o próprio Lula que chamou os comandantes militares para o encontro. O presidente quer ouvir queixas e sugestões sobre o tema.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu os comandantes das Forças Armadas neste sábado (30) na residência oficial do Palácio da Alvorada. Um dos principais temas do encontro foram as mudanças na Previdência dos militares que o governo está propondo dentro de um pacote maior de cortes de gastos.
Estavam presentes
- general Tomás Paiva, comandante do Exército
- almirante Marcos Olsen, comandante da Marinha
- o brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica
- e também o ministro da Defesa, José Múcio MonteiroO pacote de corte de gastos anunciado pelo governo nesta semana estabelece que a idade mínima de aposentadoria dos militares deve ser de 55 anos em 2030, com uma regra de transição até lá. Hoje, a idade com a qual o militar vai para a reserva é, em média, menor, a depender de cada caso (veja mais abaixo).
Foi o próprio Lula que chamou os comandantes militares para o encontro. O presidente quer ouvir queixas e sugestões sobre o tema.
Os militares, por sua vez, demonstraram que entendem a necessidade de uma mudança na previdência da categoria, mas sinalizaram que não concordam com os termos propostos para a regra de transição.
Segundo apurou o blog, a fixação da idade mínima de 55 anos está “pacificada” entre militares e equipe econômica. A divergência está no formato da regra de transição.
Múcio e os comandantes querem que a regra de transição defina que apenas em 2032 começaria a vigorar a idade de 55 anos para aposentadoria dos militares.
De acordo com os militares, pela regra proposta, haverá casos de oficiais que vão chegar ao final da regra de transição ainda precisando pagar um pedágio de mais sete anos para ir para a reserva.
Uma dessas regras prevê, por exemplo, que os graduados e oficiais sejam promovidos a cada período de sete anos. Atualmente, por esse mecanismo, a idade média de transferência para a reserva está na casa de 52,5 anos. Para se atingir os 55 anos, será preciso fazer ajustes.
Em relação à morte ficta — pela qual uma família ganha pensão no caso de militares que são expulsos das Forças Armadas por cometimento de crime — não há discordância. Os militares entenderam que essa modalidade deve acabar, como está previsto no projeto do governo.