×

Pensar Amazônia a partir do direito dos povos indígenas

Na semana da pátria temos o dever de destacar a importância, o valor e função dos indígenas como as “muralhas do sertão” na garantia e expansão efetiva das fronteiras deste território sob o domínio da Coroa Portuguesa e do Estado

Pensar Amazônia a partir do direito dos povos indígenas

O protagonismo desses povos está além das notas de rodapé das monografias acadêmica, são atores da nossa história e formadores da identidade amazônica nacional.

Ademir Ramos (*) – A leitura da história é um vasto campo que requer disposição e determinação para compreender a difusão dos fatos aqui e agora.

Sobre Amazônia, nos deparamos com um repertório histórico dos mais diversos quanto à compreensão e interpretação dos fenômenos decorrentes do processo de colonização referente ao domínio, conquista e exploração desse território pela força da mão de obra indígena, dessa feita, as fronteiras territoriais, humanas e espirituais da Amazônia vão se alargando e consolidando, em detrimento da vida povos originários.

Nesse contexto a Igreja e suas congregações missionárias exercem um papel de expansão colonial na Amazônia como braço ideológico articulado com as forças repressivas que resultaram na guerra justa consignado no genocídio.

Contudo, a insensibilidade de alguns autores, analistas e governantes fazem questão de ignorar a participação dos povos, cacicados e nações indígenas que secularmente habitavam e habitam a Amazônia na sua grandeza.

Na semana da pátria temos o dever de destacar a importância, o valor e função dos indígenas como as “muralhas do sertão” na garantia e expansão efetiva das fronteiras deste território sob o domínio da Coroa Portuguesa e do Estado Nacional.

O protagonismo desses povos está além das notas de rodapé das monografias acadêmica, são atores da nossa história e formadores da identidade amazônica nacional.

A decolonização como prática política faz-se necessária para se pensar o presente e futuro da Amazônia no fórum das nações formulando políticas fincadas nas culturas dos povos originários numa perspectiva do pluralismo político de Estado, em cumprimento as determinações de nossa Carta Constitucional de 1988.

Na marcha da história, a Igreja em si fez sua autocrítica, tomando posição em favor dos Direitos desses povos, contribuindo para o fortalecimento de sua autonomia, contrariando a expansão e domínio do Estado nacional ungido pelo ódio e preconceito de certos governantes belicosos, que incentivam a guerra nos territórios indígenas violando direitos fundamentais desses povos testemunho da história do Brasil e, especialmente, do nosso Amazonas.

(*) Professor, antropólogo, um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário Norte I, coordenador do NCPAM vinculado ao Departamento. de Ciências Sociais da UFAM.