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Pilotos são indiciados após lançarem rosas durante enterro de traficante

Nelson Carlos Moreira Chelfo e Ítalo Lopes do Couto foram os responsáveis pelo voo que lançou pétalas de rosas no enterro do traficante Natã Isaque Souza Santos, no Cemitério do Caju, em 12 de junho de 2018. O criminoso morreu

Pilotos são indiciados após lançarem rosas durante enterro de traficante

Depoimentos prestados por um motorista de transporte por aplicativo e pelos próprios pilotos mostram que o casal comprou cerca de 30 sacolas de rosas no Cemitério e Irajá e foi até o Aeroporto de Jacarepaguá, onde estava o helicóptero. Na delegacia, Phelippe afirmou que foi obrigado pelos criminosos a realizar o serviço.

A Polícia Civil indiciou dois pilotos por crime contra a ordem tributária e atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo. De acordo com investigações da 16ª DP (Barra da Tijuca), Nelson Carlos Moreira Chelfo e Ítalo Lopes do Couto foram os responsáveis pelo voo que lançou pétalas de rosas no enterro do traficante Natã Isaque Souza Santos, no Cemitério do Caju, em 12 de junho de 2018. O criminoso morreu durante uma tentativa de invasão de traficantes de Acari, na Zona Norte do Rio, ao Morro da Babilônia, no Leme, na Zona Sul.

As investigações mostraram que Rian de Souza Oliveira, proprietário do site Voando no Rio, teria sido procurado por Phelippe da Silva Vasconcelos — que, com Thaylany de Castro Belchior, recebeu de bandidos de Acari notas de R$ 10 e R$ 20, totalizando R$ 3 mil, para providenciar a homenagem. O casal teria feito a intermediação do serviço entre Nelson, dono da agência de viagens, e Ítalo. Os dois profissionais participaram do voo e não emitiram nota fiscal nem possuíam autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para lançar as flores em cima do caixão.

Depoimentos prestados por um motorista de transporte por aplicativo e pelos próprios pilotos mostram que o casal comprou cerca de 30 sacolas de rosas no Cemitério e Irajá e foi até o Aeroporto de Jacarepaguá, onde estava o helicóptero. Na delegacia, Phelippe afirmou que foi obrigado pelos criminosos a realizar o serviço. Já Thaylany, embora tenha sido intimada, não compareceu. Eles foram indiciados por associação ao tráfico, apologia ao crime e lavagem de dinheiro.

— As investigações conseguiram estabelecer o vínculo entre o casal que alugou o helicóptero e o tráfico de drogas. A homenagem prestada, na verdade, é a apologia ao criminoso que tentou tomar um território na Zona Sul da cidade e acabou morto — explica o delegado Leandro Gontijo, titular da 16ª DP.

Ao EXTRA, Nelson Carlos informou ter sido procurado pelos contratantes por telefone, não sabendo da procedência ilícita do pagamento, e afirmou ter emitido um recibo de R$ 3 mil aos contratantes, que não quiseram receber o documento. Ítalo reiterou que eles foram enganados pelos criminosos.