De acordo com o delegado José Antônio Proença Martins de Melo, o vendedor pode ser responsabilizado pelo mesmo crime de aborto com o consentimento da gestante.
“A substância ainda é desconhecida e com o resultado do aborto, o vendedor pode ser responsabilizado pelo mesmo crime de aborto com o consentimento da gestante. No caso, foi procurada a clandestinidade e havia o medo, porque o caso viria à tona”.
A Polícia Civil aguarda a chegada do laudo do IML, a perícia do local, toxicológico e a perícia nos celulares. O aparelho da jovem pode ajudar na identificação do vendedor –não se sabe ainda como o casal comprou o produto.
Ainda segundo a polícia, podem existir outros crimes contra o fornecedor se for constatado medicamento estrangeiro e não autorizado pela Anvisa.
O namorado detalhou o ocorrido em um interrogatório à Polícia Civil. Segundo o registro, o casal não estava brigado e mantinha um relacionamento havia cerca de 2 anos. Contudo, um mês atrás a jovem relatou que estava com sintomas de gravidez. Os dois decidiram fazer um teste de farmácia, que confirmou a gestação.
Na época, Ana marcou uma ultrassonografia. Foi constatada a gravidez de 27 semanas de um menino. Durante uma conversa entre os dois, ela citou receio de prosseguir com a gestação e como contaria à família sobre o filho.
Ambos chegaram ao consenso de não seguir com a gestação, ainda com base no relato, por conta da idade e “pouca e experiência”.
Segundo o namorado afirmou, a vítima teria feito pesquisas sobre métodos abortivos. O rapaz relatou que chegou a falar sobre risco, mas que ambos concordaram com a compra da substância abortiva, que foi realizada pela vítima, no valor de R$1.400, via PIX.
A encomenda foi entregue na casa de Kevin. Os dois, então, combinaram de achar um local para aplicarem o produto. O lugar escolhido foi uma pousada no bairro Campolim, na Zona Sul de Sorocaba.
O investigado detalhou que a vítima pegou as injeções e disse que tinha medo de aplicar. Em seguida, pediu ajuda ao namorado. Ainda de acordo com o relato, foram quatro aplicações na barriga. A “técnica” de como injetar o medicamento, segundo o rapaz, foi explicada pela pessoa que vendeu o produto à vítima.
No dia seguinte, os dois foram trabalhar e, perto do fim do turno, a jovem contou que sentia dores de cabeça e cólicas. Ainda segundo o registro, os sintomas pioraram com o passar das horas e surgiram dores no estômago e vômitos.
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