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Presidente do STF determina PM de Tarcísio a usar câmeras corporais em SP

Defensoria Pública do Estado afirmou que São Paulo “vive uma de suas mais graves crises de segurança pública de sua história recente”, destaca “o aumento da violência e letalidade perpetrada pelas polícias paulistas” e cita o recuo de Tarcísio sobre

Presidente do STF determina PM de Tarcísio a usar câmeras corporais em SP

A decisão do magistrado atende a pedido da Defensoria Pública do Estado e representa uma derrota para o governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso, determinou o uso obrigatório de câmeras corporais por policiais de São Paulo. A decisão do magistrado atende a pedido da Defensoria Pública do Estado e representa uma derrota para o governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, Barroso ainda determinou que seja mantido o modelo atual de gravação ininterrupta das câmeras, com seu acionamento automático, conforme o sistema implementado no governo de João Doria (PSDB).

Em junho, o governo Tarcísio alegou que estava adquirindo equipamentos mais eficientes para melhorar a transparência da atividade policial. Barroso decidiu que o Supremo apenas acompanharia a implementação do novo sistema, mas exigiu que a PM paulista seguisse protocolos do Ministério da Justiça.

No mês passado, Barroso fez novos questionamentos e o governo Tarcísio só respondeu na última semana. O ministro considerou as respostas insuficientes e decidiu determinar a obrigatoriedade. “Os fatos novos relatados pela Defensoria apontam para o não cumprimento satisfatório dos compromissos assumidos pelo Estado de São Paulo quanto à efetivação da política pública de uso de câmeras corporais, escreveu.

O magistrado alegou que os policiais não têm usado câmeras, o número de aparelhos diminuiu, o governo não comprovou a viabilidade técnica do novo modelo que está sendo adquirido e que a gestão Tarcísio tem divulgado informações insuficientes.

“Diante da ausência de demonstração da viabilidade técnica e operacional dos novos dispositivos e do significativo aumento da letalidade policial em 2024, é indispensável manter o modelo atual de gravação ininterrupta, sob pena de violação à vedação constitucional ao retrocesso e o descumprimento do dever estatal de proteção de direitos fundamentais, em especial o direito à vida”, prossegue a decisão.

A gravação terá que ser ininterrupta até que o governo comprove a efetividade do “sistema de acionamento remoto” e Barroso ainda mandou o governo manter pelo menos 10.125 aparelhos para operação.

No pedido que motivou a determinação de Barroso, a Defensoria Pública do Estado afirmou que São Paulo “vive uma de suas mais graves crises de segurança pública de sua história recente”, destaca “o aumento da violência e letalidade perpetrada pelas polícias paulistas” e cita o recuo de Tarcísio sobre o uso de câmeras corporais.