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Aos gritos de “Fora Bolsonaro”, Mourão sai enxotado da posse de Boric no Chile

Vice-presidente desistiu de falar depois que as pessoas começaram a gritar “Fora Bolsonaro” e “Marielle Presente”

Aos gritos de “Fora Bolsonaro”, Mourão sai enxotado da posse de Boric no Chile

Visivelmente irritado, Mourão desistiu de falar depois que as pessoas começaram a gritar “Fora Bolsonaro” e “Marielle Presente”. Os gritos contagiaram os chilenos presentes ao local e foram puxados pelo presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, e por Anielle Franco, diretora do Instituto Marielle Franco.

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (Republicanos), foi praticamente enxotado da cerimônia de posse do presidente do Chile, Gabriel Boric, nesta sexta-feira (11). Após a cerimônia, realizada no Senado chileno, Mourão, representante do governo brasileiro na posse do esquerdista, parou em frente à sede ao congresso para conceder uma entrevista.

Porém, ele, visivelmente irritado, desistiu de falar depois que as pessoas começaram a gritar “Fora Bolsonaro” e “Marielle Presente”. Os gritos contagiaram os chilenos presentes ao local e foram puxados pelo presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, e por Anielle Franco, diretora do Instituto Marielle Franco.

“A esperança venceu o medo”, disse Gabriel Boric em discurso feito logo após ser eleito presidente do Chile. Boric conseguiu vencer o ultradireitista José Antonio Kast, o “Bolsonaro chileno”, com a maior votação já conquistada por um presidente na história do país, 4,6 milhões de votos, e a segunda maior margem percentual desde a redemocratização.

O contundente resultado das urnas não diminui as dificuldades que o presidente eleito terá de enfrentar, em um país que vive uma tensa crise social provocada pelo desgaste do modelo neoliberal imposto na ditadura de Augusto Pinochet.

Entre os principais desafios estão o enfrentamento das consequências da pandemia da Covid-19, a crise no sistema de aposentadorias, o desemprego de mais de 8% (que ultrapassou os 10 dígitos em 2020) e, é claro, a reforma da Constituição que tem sido conduzida por uma Assembleia Constituinte.

Além disso, o presidente terá a difícil missão de dialogar com um Congresso bastante dividido, onde a direita tradicional conseguiu manter uma grande bancada, apesar do fracasso do governo de Sebastián Piñera em produzir um sucessor.