O presidente eleito pelos chilenos em 19 de dezembro, Gabriel Boric, tem um ousado programa econômico social de esquerda que poderá mudar a face do país em poucos anos. Gabriel Boric propõe o fim das AFPs (privatização da Previdência Social) e a arrecadação de impostos mais progressivos.
O plano inclui a criação de um Banco Nacional de Desenvolvimento, redução da jornada de trabalho, instalação de uma empresa estatal de lítio e finalização das Isapre (empresas privadas de saúde) para construir um Sistema Universal. A direita se prepara para uma verdadeira guerra contra as mudanças do novo governo.
Tanto a reforma tributária, em um dos países mais desiguais da América Latina, como do sistema previdenciário, onde durante décadas houve saques às Administradoras de Fundos de Pensão (AFP), que funcionam sob regime de capitalização individual, aparecem como dois eixos principais da programação econômica do presidente eleito do Chile, Gabriel Boric.
Para além de mudanças “técnicas”, o que haverá é uma guerra política no Chile a partir de 11 de março de 2022, quando Boric toma posse. Seu governo é o desaguadouro da rebelião de 2019 contra o modelo liberal e que deu origem à Assembleia Constituinte, que irá propor uma nova Carta Magna também no próximo ano. A chave do sucesso do novo governo e da nova etapa da história chilena é conseguir enterrar o modelo que o ditador Augusto Pinochet e seus Chicago boys. impuseram com sangue e fogo.