Em frente à residência oficial do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson renunciou ao cargo nesta quinta-feira (7).
“É desejo do Partido Conservador que haja um novo líder e um novo primeiro-ministro. E eu falei com o comitê do partido, e a questão de escolher esse novo líder deve acontecer agora. Até o novo líder aparecer, eu estarei aqui como interino”, afirmou.
Johnson foi abandonado pelos ministros do governo. Até mesmo o ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, que só foi nomeado para o cargo na quarta-feira (6), pediu a renúncia do premiê. Ele passou dias resistindo à renúncia, mas não obteve êxito.
A situação política de Johnson ficou mais delicada após o deputado Chris Pincher, nomeado pelo premiê como vice-líder do governo, ter sido acusado de ter apalpado dois homens em um clube privado em Londres.
“Nos últimos dias, ficou difícil conseguir (continuar). É minha função junto a vocês continuar fazendo o que prometi em 2019. Estou triste por desistir do melhor emprego do mundo, mas quero agradecer a minha família, aos servidores, agências e membros do Partido Conservador”, afirmou Johnson durante o discurso em frente ao número 10 da Downing Street, residência oficial.
“O cronograma será anunciado na próxima semana. Até o novo líder aparecer, ficarei como interino. Ao povo britânico, sei que muitas pessoas estarão aliviadas e outras ficarão desapontadas”, ironizou.
Como sempre, Johnson mostrou segurança e tranquilidade na fala. “Quero agradecê-los pelo privilégio que me deram. Até que o novo primeiro-ministro seja encontrado, vocês serão contemplados”, continuou.
O agora primeiro-ministro interino disse ter tentado persuadir os colegas de que mudar de líder seria “excêntrico”. Mas não conseguiu convencê-los, ele admite – mesmo que o partido tenha um “vasto mandato” e esteja apenas “um punhado de pontos atrás nas pesquisas”.
“Ninguém é remotamente indispensável”, afirmou Jonhson. “É clara a vontade do Partido Conservador de que deve haver um novo líder do partido”, analisou. E concluiu: “Mesmo que se as coisas possam parecer difíceis, nosso futuro juntos é dourado”.
Desde que Boris sinalizou uma possível saída, os jornalistas se posicionaram para aguardar a declaração na famosa porta escura do escritório do premiê, em 10 Downing Street. Mais cedo, veículos de comunicação, como a Sky, BBC, The Telegraph, The Times, Independent, The Sun, Mirror e The Guardian, também previram a renúncia.