O presidente Lula discursou nesta terça-feira (25) no Parlamento português, durante a comemoração do 49º aniversário da Revolução dos Cravos, quando caiu a ditadura de Salazar.
Criticou o que chamou de “políticos demagogos” contrários à integração da Europa. “Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Acreditamos em uma ordem internacional fundada no respeito ao Direito Internacional e na preservação das soberanias nacionais”, falou.
“A guerra não poderá seguir definitivamente. As crises alimentar e energética são problemas de todo o mundo. Todos nós fomos afetados, de alguma forma, pelas consequências da guerra. É preciso falar da paz. Para chegar a esse objetivo, é indispensável trilhar o caminho pelo diálogo e pela diplomacia”.
“Quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da História”, apontou. “Nenhuma solução de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política”.
Portando cartazes com a frase “Chega de Corrupção”, meia-dúzia de gatos pingados de extrema-direita do partido Chega, liderados pelo fascista André Ventura, interromperam o pronunciamento gritando e batendo nas mesas de madeira.
Tomaram uma carraspana do presidente da Casa, Santos Silva (Partido Socialista).
“Os senhores deputados que se querem manter na sessão plenária têm de se manter com s urbanidade, a cortesia e educação que é exigida a qualquer representante do povo português”, falou, visivelmente irritado.
“Chega de insultos, chega de envergonhar as instituições, chega de envergonhar o nome de Portugal”.
Os quase 140 deputados da esquerda bateram palmas de pé. Santos Silva pediu a Lula “formalmente desculpa” em nome do parlamento português e elogiou-lhe “a coragem e educação de que deu provas”.
Ao final, cantou-se “Grândola, Vila Morena”, hino da Revolução dos Cravos.
Depois da sessão de boas-vindas, o presidente Lula comentou o que aconteceu numa coletiva, considerando tratar-se de uma “cena ridícula”.
“Isso é o que acontece quando as as pessoas não têm coisas boas para fazer”, declarou. “Quando voltarem para casa, vão pensar: que papelão que nós fizemos”.