O presidente do Chile, Gabriel Boric, fez duras críticas à corte suprema da Venezuela, acusando-a de “consolidar a fraude” eleitoral no país. A declaração foi feita nesta quinta-feira (22), após o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela certificar a reeleição de Nicolás Maduro.
Em uma postagem na rede social X, o chileno afirmou: “Hoje, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela acaba de consolidar a fraude. O regime de Maduro obviamente acolhe com entusiasmo sua sentença, que estará marcada pela infâmia. Chile não reconhece este falso triunfo autoproclamado de Maduro e companhia”.
Boric é um dos governantes mais críticos em relação ao governo de Maduro e questionou a transparência das eleições presidenciais na Venezuela. “Não há dúvida de que estamos diante de uma ditadura que falsifica eleições, reprime quem pensa diferente e é indiferente ao maior êxodo do mundo, comparável apenas ao da Síria, resultado de uma guerra”, declarou o presidente chileno.
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela certificou o resultado das eleições de 28 de julho, nas quais o Conselho Nacional Eleitoral declarou Nicolás Maduro vencedor com 52% dos votos, decisão que é irreversível. A oposição venezuelana, no entanto, considera essa decisão “nula” e acusa tanto o TSJ quanto o CNE de servirem aos interesses do atual governo.
A resposta do governo venezuelano não demorou. O chanceler Yván Gil atacou Boric, chamando-o de “uma peça comprada pelos Estados Unidos, covarde e arrastada”. Em seu canal no aplicativo Telegram, ele escreveu: “Boric passa de motivo de chacota de um continente a peão mais submisso do imperialismo norte-americano”, escreveu o ministro em seu canal no aplicativo Telegram. “Quanta falta faz no Chile um Salvador Allende”.