O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu na 4ª feira (25.nov.2020) perdão presidencial ao ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca Michael Flynn, que admitiu ter mentido para o FBI (Departamento Federal de Investigação) durante a investigação sobre a suposta interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016.
A decisão foi anunciada pelo presidente norte-americano por meio do Twitter.
“É uma grande honra anunciar que o general Michael T. Flynn recebeu o perdão pleno. Parabéns a Flynn e sua família maravilhosa, sei que agora você terá um Dia de Ação de Graças verdadeiramente fantástico!”, disse.
O indulto de Flynn é o de mais alto perfil concedido pelo presidente desde que ele assumiu o cargo.
A confissão de Flynn, que é general do Exército aposentado, foi feita em 2017. Ele disse que havia mentido aos agentes do FBI sobre seus encontros com o então embaixador russo, Sergey I. Kislyak, nas semanas que antecederam a posse de Trump.
Embora o inquérito sobre a interferência russa não tenha encontrado provas de que Trump entrou em conluio com a campanha de desinformação de Moscou, o promotor especial Robert Muller, que conduziu a investigação, afirmou que há evidências de que o presidente atuou para interferir no processo.
Depois de deixar a Casa Branca e perder a imunidade presidencial, Trump pode ser investigado por obstrução se o Departamento de Justiça decidir reabrir o caso.
Desde que se declarou culpado, Flynn voltou atrás em sua confissão e tentou retirar a acusação, argumentando que os promotores violaram seus direitos e o forçaram a 1 acordo. Sua sentença foi adiada várias vezes.
Após a confissão, era esperado que Flynn cooperasse com a Justiça como parte de seu acordo judicial. No entanto, ele trocou de advogado e de estratégia de defesa. Argumentou que os promotores do caso o haviam enganado, fazendo-o mentir sobre suas conversas com Kislyak.
Em março, Trump já havia dito que considerava dar o perdão total a Flynn. À época, o presidente norte-americano afirmou que o FBI e o Departamento de Justiça “destruíram” a vida do ex-conselheiro e de sua família.
O Departamento de Justiça negou repetidamente as alegações de má conduta da acusação. O juiz do caso, Emmet Sullivan, rejeitou todas as reivindicações de Flynn em dezembro de 2019.
Em janeiro deste ano, os promotores federais pediram ao juiz para que a pena de Flynn fosse de até 6 meses de prisão, sob o argumento de que “o réu não aprendeu a lição”. “Ele se comportou como se a lei não se aplicasse a ele, e como se não houvesse consequências para suas ações”.
Flynn serviu como o primeiro-conselheiro de Segurança Nacional de Trump, mas o presidente o demitiu no início de 2017 depois de apenas 24 dias no cargo, quando uma polêmica surgiu sobre os contatos do ex-general com Kislyak.