
Segundo a defesa de Nadine Heredia no Brasil, a ex-primeira-dama foi diagnosticada com câncer e já havia solicitado permissão ao governo peruano para vir ao Brasil para tratamento médico, pedido que foi negado anteriormente devido ao andamento do julgamento.
A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, chegou ao Brasil sob escolta da Polícia Federal (PF) e recebeu asilo diplomático do governo brasileiro após ser condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em um caso ligado à construtora Odebrecht e ao governo de Hugo Chávez.
O processo também envolve o ex-presidente peruano Ollanta Humala, marido de Nadine. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, Heredia e seu filho menor de idade foram autorizados a entrar no Brasil após obterem salvo-conduto do governo do Peru.
O pedido de asilo diplomático foi formalizado após Nadine se abrigar na Embaixada do Brasil em Lima, na terça-feira (15), poucas horas após a divulgação de sua sentença. O caso gerou repercussão internacional e reacendeu o debate sobre perseguições políticas na América Latina.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a PF concedeu registros provisórios a Nadine e ao filho, válidos até que o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) analise o pedido de refúgio. O Brasil, entre 2023 e 2024, já recebeu mais de 126 mil solicitações de refúgio e reconheceu oficialmente mais de 90 mil pessoas como refugiadas.

De acordo com a legislação brasileira e com a Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, o país tem autonomia para conceder asilo a qualquer pessoa que considere vítima de perseguição política, sem necessidade de justificar sua decisão a outras nações.
Segundo a defesa de Nadine Heredia no Brasil, a ex-primeira-dama foi diagnosticada com câncer e já havia solicitado permissão ao governo peruano para vir ao Brasil para tratamento médico, pedido que foi negado anteriormente devido ao andamento do julgamento.
A sentença, resultado de um processo de três anos, foi lida em tribunal na terça-feira (15), mas Heredia não compareceu. O governo do Peru informou que concedeu o salvo-conduto com base em razões humanitárias e comprometeu-se com a transferência segura de Nadine e do filho.
O ex-presidente Ollanta Humala foi levado para cumprir pena em uma base policial reservada a líderes políticos condenados por corrupção. O Peru tem um histórico marcado pela prisão de ex-presidentes: Alejandro Toledo e Pedro Castillo estão presos na mesma instalação. Alberto Fujimori também esteve detido no local até ser libertado em 2023.