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Governo da França diz que Amazônia ‘não é só dos brasileiros’

"A floresta amazônica não pertence apenas aos brasileiros. Mas à humanidade. Se eles não se moverem, não terão acesso mais fácil ao mercado europeu do que hoje", afirmou Ministro do Comércio Exterior da França, Franck Riester

Governo da França diz que Amazônia 'não é só dos brasileiros'

Franck Riester denunciou explicitamente o governo de Jair Bolsonaro como o motivo de sua decisão de vetar o tratado comercial, escreve o portal UOL.

Ministro do Comércio Exterior da França, Franck Riester fez um alerta nesta quinta-feira (20) em uma sessão no senado francês: “A Amazônia não é apenas dos brasileiros”.

Ele garantiu aos senadores franceses que o governo de Emmanuel Macron não assinará o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE).

Franck Riester denunciou explicitamente o governo de Jair Bolsonaro como o motivo de sua decisão de vetar o tratado comercial, escreve o portal UOL.

Para ele, Brasília não mostra ainda o engajamento necessário e “faz o contrário do que precisa fazer” em temas ambientais. “É inimaginável assinar o acordo”, afirmou.

“Queremos que o cumprimento do Acordo de Paris seja uma cláusula essencial nos futuros acordos de livre comércio”, enfatizou o ministro francês.

“A consequência para o acordo com o Mercosul é clara: “Não podemos assinar o acordo com o Mercosul como ele está. A razão para isso é o não cumprimento dos acordos de Paris por parte de alguns desses países”, explicou.

Críticas ao governo de Jair Bolsonaro

Franck Riester também criticou o combate ao desmatamento no Brasil. Ele disse que o governo brasileiro reduziu os recursos que estava colocando no setor, e está preparando uma lei agrária que corre o risco de “acelerar o desmatamento”.

“A floresta amazônica não pertence apenas aos brasileiros. Mas à humanidade”, disse. “Se eles não se moverem, não terão acesso mais fácil ao mercado europeu do que hoje”, completou.

O posicionamento francês, ao lado de outros países, é visto pelo setor exportador brasileiro como “cínico”, já que usaria a questão climática para tentar justificar um veto à abertura de suas fronteiras para os produtos do Mercosul.