Na disputa pelo cargo de presidente da Argentina, o candidato de extrema direita, Javier Milei, enfrenta um sério revés devido a uma polêmica recente que ressurgiu. Uma postagem de 2016 no Twitter, em que Milei atacava o ícone do futebol argentino, Diego Maradona, voltou à tona, causando um alvoroço nas redes sociais e na mídia. Nessa postagem, Milei comparou Maradona com Pelé, criticando o ex-jogador argentino por seu histórico de consumo de drogas. O timing da ressurreição dessa controvérsia, coincidindo com o aniversário de Maradona, parece impactar negativamente a campanha do candidato, segundo reportagem do Valor.
Diego Maradona, uma figura ímpar do esporte e da cultura argentina, era conhecido por sua inclinação política à esquerda, especialmente associada ao kirchnerismo. Seus elogios a líderes latino-americanos como Hugo Chávez, Luiz Inácio Lula da Silva e Fidel Castro o tornaram um símbolo da esquerda na Argentina. Enquanto Milei, rotulado como candidato “libertário” ou “anarcocapitalista”, tem adotado uma retórica de ataque a figuras e símbolos nacionais, o que se choca com a sensibilidade de parte do eleitorado argentino.
Sergio Massa, o oponente peronista de Milei no segundo turno, tem explorado as declarações polêmicas do candidato de extrema direita, enfatizando que a Argentina não merece ser descrita de maneira depreciativa, como Milei já fez publicamente. Além disso, Milei enfrenta críticas de seu eleitorado mais radical por buscar o apoio de figuras políticas tradicionais, como Patricia Bullrich e Mauricio Macri. A combinação desses fatores coloca em xeque a trajetória de Milei na corrida presidencial e lança dúvidas sobre suas chances de conquistar o cargo máximo do país. A votação está marcada para o dia 19 de novembro, e a polêmica em torno de Maradona pode ter um impacto significativo no resultado eleitoral.