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Israel segue EUA e deixa Conselho de Direitos Humanos da ONU

Katz justificou a saída como uma resposta ao “contínuo e implacável viés institucional contra Israel” desde a criação do conselho, em 2006. A medida ocorre em meio a tensões crescentes no cenário internacional, especialmente em relação ao conflito entre o

Israel segue EUA e deixa Conselho de Direitos Humanos da ONU

Após matar mais de 40 mil palestinos na Faixa de Gaza, Israel anunciou sua retirada do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas (ONU)

Após matar mais de 40 mil palestinos na Faixa de Gaza, Israel anunciou sua retirada do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira (6), seguindo os passos dos Estados Unidos, que deixaram o órgão na terça-feira (4). A decisão foi comunicada pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, em uma carta ao presidente do CDH, Jorg Lauber.

Katz justificou a saída como uma resposta ao “contínuo e implacável viés institucional contra Israel” desde a criação do conselho, em 2006. A medida ocorre em meio a tensões crescentes no cenário internacional, especialmente em relação ao conflito entre o país sionista e Hamas.

A retirada de Israel do CDH foi classificada como “extremamente grave” por Francesca Albanese, relatora especial da ONU. O conselho, criado para promover direitos humanos como liberdade de expressão, crença e direitos das mulheres e da população LGBT, também investiga violações cometidas por estados-membros.

No entanto, Israel e os EUA criticam o órgão por supostamente concentrar suas críticas em ações israelenses, enquanto ignoram violações cometidas por outros países.

A decisão do país sionista ocorre dois dias após o presidente dos EUA, Donald Trump, assinar uma ordem executiva retirando o país do CDH e suspendendo o financiamento à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA).

A UNRWA, criada há 75 anos para ajudar refugiados palestinos após a guerra de 1948, é a principal organização da ONU que presta assistência e educação a milhões de palestinos na Cisjordânia e em Gaza. Recentemente, Israel votou pelo fim do acordo que permitia o funcionamento dos escritórios da UNRWA no país.

Durante a assinatura da ordem executiva, Trump fez declarações polêmicas ao sugerir que os palestinos que vivem na Faixa de Gaza deixem o território, ideia apoiada pela extrema-direita israelense.

Analistas internacionais alertam que tal proposta configuraria limpeza étnica, violando o direito internacional. Apesar da repercussão negativa, Trump reiterou sua posição nesta quinta-feira, defendendo que Gaza seja entregue a Israel e descrevendo a ideia como “um dos empreendimentos mais espetaculares da Terra”.

A proposta de Trump foi rejeitada pela Jordânia, país que abriga uma grande população de refugiados palestinos. O ministro das Relações Exteriores jordaniano, Ayman Safadi, afirmou que a rejeição ao deslocamento dos palestinos é firme e não mudará. “A Jordânia é para os jordanianos, e a Palestina é para os palestinos”, disse Safadi.