Na edição desta segunda-feira (16) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre o caso da menina considerada a menor bebê do mundo, que deixou o hospital mais de um ano depois do nascimento.
Kwek Yu Xuan nasceu prematura, em junho do ano passado, em Singapura. O parto foi uma cesariana de emergência e a gestação ainda não tinha completado seis meses. A menina nasceu com 212 gramas, o equivalente ao peso de uma maçã.
Agora, ela deixou o hospital com 6,3kg. Antes dela, havia registros de dois bebês um pouco maiores, com 230 e 245 gramas, na Alemanha e nos Estados Unidos.
Fernando Gomes disse que o caso da bebê pode ser considerado um milagre graças aos trabalhos de profissionais de UTI pediátricas e neonatologia. O nascimento prematuro, segundo o médico, desafia “o natural do biológico do corpo de qualquer pessoa.”
“O bebê que nasce prematuro tem um desafio pela frente, pois o melhor lugar para ele se desenvolver é dentro do corpo da mãe, onde existem características de saúde e oportunidades para que tudo aconteça da forma mais saudável possível”, explicou.
Um dos principais desafios, é a formação incompleta dos pulmões. “Eles desenvolvem um papel fundamental fazendo a hematose, que é a troca gasosa, princípio básico pelo qual o indivíduo consegue ficar liberto do cordão umbilical e da placenta e consegue respirar por si só, e, com isso, ter independência do corpo da mãe”, disse Gomes.
Ainda segundo o médico, dificuldade para regular a temperatura corporal e ganho lento de peso são outros desafios que recém-nascidos prematuros precisam superar para deixar o hospital saudáveis.