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Países europeus multiplicam boicotes aos EUA e vendas da Tesla despencam

Na Noruega, a Haltbakk Bunkers, um dos maiores fornecedores de combustível do país, anunciou que deixará imediatamente de abastecer embarcações navais dos Estados Unidos.

Países europeus multiplicam boicotes aos EUA e vendas da Tesla despencam

Em uma pesquisa recente, 78% dos suecos disseram que estavam prontos para boicotar os produtos norte-americanos. Mas muitos já começaram a seguir a onda do boicote aos EUA, como conta o sueco Hakan Jörgensen.

As críticas às políticas de Donald Trump têm aumentado e, em vários países, há movimentos que pedem um boicote aos produtos dos Estados Unidos. Esse é particularmente o caso da Suécia, onde a prática conta com a adesão de um número cada vez maior de pessoas.

Em uma pesquisa recente, 78% dos suecos disseram que estavam prontos para boicotar os produtos norte-americanos. Mas muitos já começaram a seguir a onda do boicote aos EUA, como conta o sueco Hakan Jörgensen.

“Fui às compras mais cedo e não comprei nenhum creme dental Colgate, por exemplo. Nunca mais comprarei jeans Levi’s ou tênis Nike. Acho que é justo não escolher produtos norte-americanos no supermercado. Talvez eu não use as palavras de Trump e diga ‘Make Europe great again’, mas a Europa pode fazer a diferença em termos de poder, deixando os Estados Unidos de lado e se concentrando em si mesma, em nós, os europeus”, defende.

Por mais radical que possa parecer, esse anúncio é apenas um dos muitos nos países nórdicos, onde o movimento de boicote às marcas norte-americanas está ganhando força. Nas últimas semanas, vários grupos surgiram no Facebook, listando os objetos e serviços a serem colocados na lista de produtos norte-americanos a serem evitados. “Embora o impacto dessa ação ainda seja difícil de avaliar, os participantes esperam inspirar uma mobilização mais ampla em nível europeu, capaz de fazer as empresas americanas tremerem”, reporta o jornal Le Monde.

Nos grupos do Facebook que pedem um boicote aos produtos e serviços norte-americanos no norte da Europa, os comentários do presidente da Haltbakk Bunkers, Gunnar Gran, foram aplaudidos. Com mais de 48.000 membros, o grupo dinamarquês “Boycott varer fra USA” foi criado em 3 de fevereiro. No dia anterior, o vice-presidente americano, J. D. Vance, havia descrito a Dinamarca como um “mau aliado”, provocando indignação entre os dinamarqueses, depois que a primeira-ministra, Mette Frederiksen, se recusou a ceder a Groenlândia aos Estados Unidos.

o espaço de uma semana, mais de 33.000 suecos se juntaram a um grupo do Facebook pedindo um boicote aos produtos norte-americanos. Entre eles está Reidar Svedahl. “Mais cedo, eu estava com fome e passei de bicicleta pelo McDonald’s, mas nunca mais colocarei os pés lá. A única coisa que Trump, Vance e Musk entendem é a economia. Portanto, nós, suecos e europeus comuns, todos os europeus, temos que mostrar a eles que isso vai prejudicar a economia deles. Veja os números da Tesla, eles estão em queda livre. Um boicote pode funcionar”, garante.