
“Na verdade, ele não está aumentando impostos. Tarifas são uma cobrança sobre países estrangeiros que nos exploram. Para os americanos, são um corte de impostos”, respondeu Leavitt.
O governo Trump insiste em defender que as tarifas vão fortalecer a economia, apesar do mercado de ações continuar perdendo dinheiro.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, bateu boca com um repórter da Associated Press nesta terça-feira, 11, e deixou claro que não entende — ou finge não entender — o impacto das tarifas sobre os consumidores.
“Quando o presidente Trump falou pela última vez com a equipe de realidade virtual durante a campanha, sua grande aposta era nos cortes de impostos. Hoje, ele propõe aumentos de impostos na forma de tarifas”, disse Josh Boak, da AP, antes de ser interrompido por Leavitt: “Ele não está fazendo isso.”
“Então por que ele está priorizando isso em vez dos cortes de impostos?”, insistiu Boak.
O problema é que o próprio Trump já admitiu que suas tarifas podem desestabilizar a economia. No domingo, em entrevista à Fox Business, ele evitou responder se o país enfrentaria uma recessão e sugeriu que os americanos deveriam pensar na economia a longo prazo, como a China, em vez de avaliá-la trimestre a trimestre.
“Me desculpe, mas você já pagou uma tarifa? Porque eu já”, retrucou Boak. “Elas não são cobradas de empresas estrangeiras, e sim dos importadores.”
Leavitt rebateu: “Quando tivermos um comércio justo e equilibrado, o que o povo americano não vê há décadas, as receitas ficarão aqui, os salários subirão e o país voltará a ser próspero.”
“Acho um insulto você questionar meu conhecimento sobre economia e as decisões deste presidente”, disse Leavitt, totalmente desequilibrada.
Trump tem aumentado sua pressão contra a AP. Em fevereiro, ele revogou o acesso da agência ao Salão Oval e ao Air Force One depois que a AP recusou-se a chamar o Golfo do México de “Golfo da América”, alegando que seu público é global. No mês passado, Leavitt anunciou que o governo passará a selecionar quais veículos terão acesso ao presidente, podendo substituir repórteres da grande imprensa por podcasters de direita.