Em entrevista à revista Time, publicada nesta quarta-feira (31), o presidente do Chile foi questionado sobre a possibilidade de o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), não aceitar os resultados das eleições de outubro. Ele defendeu que a América Latina “tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção” a um possível golpe de Estado no Brasil.
“Foi muito esperançoso ver a carta de São Paulo, que tem um milhão de assinaturas a favor da democracia, com a transversalidade dos signatários de [vários setores da sociedade e da política]. Foi um sinal poderoso da sociedade civil brasileira”, disse. “Se houver uma tentativa como aconteceu, por exemplo, com a Bolívia [em 2020], onde se acusou de fraude que não foi, e um golpe de Estado foi validado, a América Latina tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção”.
A entrevista foi divulgada após declarações de Bolsonaro (PL) sobre o líder chileno no debate presidencial de domingo (28), na Band.
Em sua fala final, Bolsonaro criticou lideranças de esquerda na América Latina e acusou Boric de atear fogo em metrôs durante os protestos de outubro de 2019, que pediam uma maior igualdade social. “Lula apoiou o presidente do Chile também; o mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs, e olha para onde está indo o nosso Chile”, disse.