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Rebeldes mostram túmulo do pai de Bashar al-Assad em ruínas

“Tiraremos tudo da família Assad e das suas injustiças das ruas da Síria. Nos tornaremos um país civilizado, sem uma imagem de ninguém, independentemente do seu status”, declarou, referindo-se aos retratos públicos e estátuas de Hafez e Bashar al-Assad.

Rebeldes mostram túmulo do pai de Bashar al-Assad em ruínas

Ahmet al-Abdullah, um dos rebeldes de Aleppo, disse que a nova liderança síria está determinada a remover quaisquer sinais do legado da família Assad, que estava no poder desde 1970, da vida pública. REUTERS

O túmulo de mármore da família Assad, localizado na cidade de Qardaha, no oeste da Síria, foi invadido, saqueado e incendiado pelos rebeldes depois da tomada da capital Damasco.

O mausoléu encontra-se coberto de cinzas e cartuchos de balas espalhados pelo chão. O memorial de Hafez al-Assad, pai do presidente deposto Bashar al-Assad, foi incendiado, assim como o da esposa dele.

Ahmet al-Abdullah, um dos rebeldes de Aleppo, disse que a nova liderança síria está determinada a remover quaisquer sinais do legado da família Assad, que estava no poder desde 1970, da vida pública.

“Tiraremos tudo da família Assad e das suas injustiças das ruas da Síria. Nos tornaremos um país civilizado, sem uma imagem de ninguém, independentemente do seu status”, declarou, referindo-se aos retratos públicos e estátuas de Hafez e Bashar al-Assad.

O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.

O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.