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Russos tomam Kherson, cidade portuária da Ucrânia de 290 mil habitantes

Russos também atacam Mariupol, a leste de Kherson, e, se conquistarem essa outra cidade, terão controle de toda a região sudeste da Ucrânia.

Russos tomam Kherson, cidade portuária da Ucrânia de 290 mil habitantes

Odessa, uma cidade no sudoeste da Ucrânia que foi pouco atingida pelas forças russas até agora, também pode ser um alvo dos russos após a conquista de Kherson.

A tomada da cidade de Kherson, de mais de 250 mil pessoas, em 3 de março, é a principal vitória da Rússia até agora na invasão da Ucrânia, que começou no dia 24 de fevereiro.

Os russos disseram que haviam controlado a cidade no dia 2, mas só nesta quinta-feira o prefeito confirmou que os inimigos dele haviam vencido.

A batalha foi intensa, e há estimativas de que até 300 ucranianos, entre civis e militares, podem ter morrido.

Segundo texto do jornal “New York Times”, há corpos pela cidade, problemas de abastecimento de luz, pouca água e falta comida.

O prefeito Igor Kolykhaev diz que os funcionários das empresas concessionárias de água e luz tentaram resolver os problemas de abastecimento, mas a situação era muito arriscada.

Kherson é uma cidade portuária onde há estaleiros (empresas que constroem navios) na foz do rio Dnieper, perto do Mar Negro. A cidade fica a cerca de 100 quilômetros da Crimeia, a região ucraniana que foi tomada pelos russos em 2014.

O prefeito afirmou que os russos disseram a ele que pretendem estabelecer uma administração militar.

“Não tínhamos armas e não fomos agressivos. Mostramos que trabalhamos para proteger a cidade e tentamos mitigar as consequências da invasão”, afirmou Kolykhayev, em mensagem no Facebook.

“Encontramos enormes dificuldades para recolher e enterrar os mortos, para a entrega de alimentos e medicamentos, a coleta de lixo, o socorro a acidentes etc.”, afirmou o prefeito, dando um panorama da situação em Kherson.

Igor Kolykhayev ainda anunciou um toque de recolher noturno e a restrição ao tráfego de carros na cidade, alegando não ter “feito nenhuma promessa” aos russos e “simplesmente ter lhes pedido para que não atirassem nas pessoas”.

“Até agora tudo está indo bem. A bandeira que tremula acima de nós ainda é a ucraniana. E para que isso continue, essas exigências devem ser respeitadas”, acrescentou ele.

Os russos também têm atacado Mariupol, uma outra cidade no sul da Ucrânia, a cerca de 400 quilômetros a leste de Kherson.

Se as forças russas conquistarem Mariupol, eles passarão a ter o controle de toda a região sudeste da Ucrânia —da Crimeia até as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, que são controladas por separatistas aliados dos russos. Caso Kharkiv caia, os russos passariam a dominar todo o leste da Ucrânia.

O prefeito de Mariupol, Vadim Boichenko, afirmou que as forças ucranianas repeliram dignamente os ataques. “A quarta-feira foi o dia mais difícil e cruel dos sete dias de guerra. Eles simplesmente queriam nos destruir”, disse ele em um vídeo no Telegram. O prefeito acusou os russos de terem disparado contra prédios residenciais. “Infelizmente, infraestruturas essenciais foram novamente danificadas. Estamos mais uma vez sem eletricidade, sem água e sem aquecimento”, afirmou.

Odessa, uma cidade no sudoeste da Ucrânia que foi pouco atingida pelas forças russas até agora, também pode ser um alvo dos russos após a conquista de Kherson.

Odessa fica a cerca de 200 quilômetros de Kherson.