Os democratas do Senado aprovaram uma resolução de orçamento de US$ 3,5 trilhões na manhã desta quarta-feira (11), em uma preparação de cenário para as próximas semanas e meses enquanto o partido elabora e busca aprovação de um pacote econômico abrangente que expande a rede de segurança social que o presidente Joe Biden fez como item de sua agenda – sem a ameaça de obstrução por parte dos republicanos que se opõem a ela.
A votação foi de 50 a 49 e a medida foi aprovada após uma longa série de votações de emendas conhecidas como “vote-a-rama”, que começou na tarde desta terça-feira e foi até pouco antes das 4 horas da manhã desta quarta, no horário local.
A próxima Câmara, controlada pelos democratas, deve assumir e aprovar a resolução orçamentária. O líder da maioria, Steny Hoyer, enviou uma carta aos colegas nesta terça-feira dizendo que a câmara planejava retornar na semana de 23 de agosto para analisar a resolução do orçamento.
A aprovação da resolução orçamentária por ambas as câmaras destravará a capacidade dos democratas de usar um processo conhecido como reconciliação do orçamento para aprovar legislação em uma votação de linha partidária que aborda cuidados de saúde, ajuda para famílias, crise climática e muito mais.
A votação desta terça-feira é apenas a primeira etapa do que será um processo demorado. A resolução precisa ser aprovada por ambas as câmaras antes que os democratas possam avançar para o plano de reconciliação, que ainda deve ser redigido e será considerado durante o outono.
Os democratas precisarão montar o pacote legislativo de longo alcance de forma a garantir o apoio de todos os senadores democratas, dos moderados aos progressistas. O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, não pode se dar ao luxo de perder um único voto em seu caucus na divisão partidária 50-50, onde a vice-presidente Kamala Harris pode romper os laços.
O esforço para manter todos os democratas na linha colocará a liderança à prova e já há sinais do grande desafio pela frente.
A senadora democrata moderada Kyrsten Sinema, do Arizona, disse que não apoiará um projeto de lei que custa US$ 3,5 trilhões, embora tenha sinalizado que está disposta a negociar. Os republicanos denunciaram o plano como uma farra de gastos imprudentes para as prioridades liberais.
Os democratas também estarão sujeitos a restrições sobre o que podem incluir no processo de reconciliação do orçamento. As disposições têm que impactar diretamente o orçamento, e o parlamento do Senado pode decidir que certas prioridades não podem ser incluídas como resultado. O parlamento é responsável por aconselhar a Câmara sobre o funcionamento de suas regras, protocolos e precedentes.
A resolução do orçamento, que os democratas do Senado revelaram formalmente na segunda-feira, serve como um modelo para o que eles esperam incluir no pacote de longo alcance e define a data de 15 de setembro para os comitês apresentarem sua legislação de reconciliação.
De acordo com um resumo da resolução, os democratas planejam investir em quatro categorias principais: famílias, clima, saúde e infraestrutura e empregos.