Reagindo ao bloqueio judicial das atividades no Brasil, o Telegram passou a cumprir as determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) para combater a difusão de mentiras e o cometimento de crimes na plataforma. A empresa informou à Corte, neste domingo (20/3), que já tomou medidas como a contratação de agências de checagem de fatos e implantação de soluções tecnológicas para alertar postagens com informações falsas.
As mudanças que estão sendo implementadas deverão resultar em uma atualização dos Termos de Uso que o Telegram faz seus usuários aceitarem, informou a plataforma na comunicação enviada ao Supremo. Com as medidas, o ministro Alexandre de Moraes revogou a decisão de sexta-feira (18) e liberou o serviço de troca de mensagens em território nacional.
O Telegram informou ao Supremo que está monitorando todas as postagens nos 100 canais brasileiros mais populares no Telegram, que respondem por mais de 95% de todas as visualizações de mensagens públicas da plataforma.
“Acreditamos que essa medida é impactante, pois nos permite identificar informações perigosas e deliberadamente falsas no Telegram com mais eficiência”, disse a empresa.
A empresa também disse que implantou, nas últimas 24 horas, meios técnicos para marcar postagens específicas que possam conter informações imprecisas. “Para melhor identificar essas postagens, estamos estabelecendo relações de trabalho com importantes organizações de checagem de fatos no Brasil, como Agência Lupa, Aos Fatos, Boatos.org e outras”, disse o Telegram.
O acompanhamento de publicações relacionadas ao Telegram na mídia brasileira também está entre as medidas anunciadas. “Além disso, instruímos nossa equipe a monitorar tweets populares e outras postagens significativas de mídia social do Brasil que possam ser relevantes para a moderação de conteúdo no Telegram. Esses resumos diários permitirão que nossa administração monitore as discussões públicas em torno do Telegram, bem como preveja possíveis problemas de moderação de conteúdo – e tome medidas antes que eles possam se transformar em desafios maiores”, escreveu a equipe. “Acreditamos que se tivéssemos monitorado a mídia no Brasil antes, a crise atual poderia ter sido evitada”, avaliou ainda a empresa.