
O laudo apontou que: o vídeo mostra cabras caminhando sobre um tronco de árvore com inclinação variável; pode haver ilusão de ótica causada pela inclinação do terreno e do tronco; e pequenas saliências no tronco podem facilitar o deslocamento dos animais.
Circula nas redes sociais um vídeo mostrando cabras descendo, na vertical, por um tronco de árvore. É #FATO. O vídeo circula no Instagram desde de 1º de março de 2025 e tem mais de 45 mil curtidas. A legenda diz: “cabras que não sabem o que é física”. O clipe mostra um animal descendo o tronco e um outro na base da árvore.
Para verificar se o vídeo pode ter sofrido alguma adulteração ou manipulação, o Fato ou Fake enviou o vídeo a o professor Joao Benedito dos Santos Junior, coordenador do Laboratório de Computação Forense, Perícia Computacional e Inteligência Cibernética da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), doutor em ciência da computação pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor em computação pela Universidade de Coimbra, em Portugal.
Ele produziu um laudo de sete páginas atestando que: não foram encontrados indícios de edição, adulteração ou montagem; a estrutura do vídeo é compatível com gravações feitas por smartphones e compartilhadas via WhatsApp ou redes sociais; e a análise visual confirmou uniformidade e ausência de manipulações.
O laudo apontou que: o vídeo mostra cabras caminhando sobre um tronco de árvore com inclinação variável; pode haver ilusão de ótica causada pela inclinação do terreno e do tronco; e pequenas saliências no tronco podem facilitar o deslocamento dos animais.
O Fato ou Fake também mostrou o vídeo ao professor Fernando Lang da Silveira, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Para ele, o conteúdo foi propositalmente realizado com a câmera inclinada, resultando assim em uma aparente violação das condições de equilíbrio pelas cabras.
Para verificar se o comportamento dos animais mostrado no vídeo é coerente com o mundo real, o Fato ou Fake pediu ajuda a Alexandre Monteiro, médico-veterinário e analista de transferência de tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que atua na unidade de caprinos e ovinos em Sobral (CE).
O veterinário diz que todos os animais da imagem realmente são cabras e têm mesmo essa habilidade: “O comportamento não é comum em áreas que o pastejo é no solo, mas, em regiões montanhosas, pode acontecer”.