A eleição presidencial colombiana terá segundo turno, a ser disputado em 19 de junho, entre o esquerdista Gustavo Petro e o populista Rodolfo Hernández, de acordo com a apuração das urnas. Com 96,19% das urnas contabilizadas, Petro tem 40,34%, seguido por Hernández, com 28,08%.
A liderança de Petro não foi uma surpresa, uma vez que o candidato, que tenta chegar ao cargo pela terceira vez, vinha em primeiro lugar nas sondagens desde o início da campanha. A novidade foi Hernández. O ex-prefeito de Bucaramanga apareceu por meses na sexta colocação nos levantamentos, mas nas últimas semanas atropelou os nomes mais cotados para chegar ao segundo turno.
O favorito para enfrentar Petro era o direitista Federico “Fico” Gutiérrez, ex-prefeito de Medellín, apoiado pelo atual governo, de Iván Duque, e pelo Centro Democrático, partido comandado pelo caudilho Álvaro Uribe, popular ex-presidente da Colômbia. Ele tem, no momento, 23,93%.
Conheça mais sobre Petro e sua vice, Francia Márquez
Gustavo Petro é formado em Economia. Foi prefeito de Bogotá e ex-guerrilheiro do grupo M-19, que atuava na luta armada.
Em 2016, Petro foi um dos grandes articuladores da construção do acordo de paz do Estado com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), assinado em 2016 pelo então presidente Juan Manuel Santos.
O grupo do qual Gustavo Petro fazia parte, o M-19, também foi beneficiado por um acordo semelhante ao assinado com as Farc, mas que se deu na década de 1990. Desde então, Petro atua na política convencional.
A candidata a vice de Petro é Francia Márquez. Ela nasceu em La Toma Suárez, região de Cauca, no Oeste da Colômbia, e começou a ganhar destaque na cena política do país ao denunciar a mineração ilegal do Ouro, que afeta o ecossistema do rio Ovejas e mais de 250 mil pessoas de sua comunidade.
Em 2018, Francia convocou um ato que lhe renderia o Prêmio Ambiental Goldman 2018 (conhecido como Nobel Ambienta).
Ela reuniu 80 mulheres de sua região e, juntas, caminharam por dez dias cerca de 350 quilômetros até Bogotá. O ato tinha por objetivo fazer com que as autoridades “ouvissem” as demandas do movimento.
Conhecida por ter uma retórica contundente e direta, Francia tem como bandeiras prioritárias o fim da desigualdade econômica das mulheres, a descriminalização do aborto, presença do Estado em regiões periféricas, erradicação do racismo estrutural e preservação do meio ambiente e da “mãe terra”, com ela costuma dizer.