O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS; foto) afirmou que “não incitou ruptura ou golpe” no discurso que cobrou uma reação das Forças Armadas por conta das prisões de militares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes na operação “Tempus Veritatis”, desta quinta, 8 de fevereiro.
“Mourão destacou que o País vive uma situação de não normalidade, mas que, mesmo neste cenário, é preciso ‘…afastar claramente qualquer postura que seja radical, de ruptura, mas temos que repudiar os fatos que estão ocorrendo…’; Quando afirmou que ‘os comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais’, não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe”, diz a nota, divulgada nesta sexta-feira, 9 de fevereiro.
“Quaisquer alegações e insinuações relacionadas às palavras proferidas pelo senador Hamilton Mourão no discurso de ontem (08/02) são totalmente descabidas e fazem parte do jogo político e das narrativas daqueles que tentam, a qualquer custo, difamar a oposição”, acrescenta.
O que Mourão disse?
Em discurso no plenário do Senado, Mourão disse que integrantes das Forças Armadas precisam reagir a “arbítrios” e “processos ilegais” que o STF estaria cometendo contra militares. O congressista afirmou que os militares devem estar “articulados” e convocou uma mobilização “dentro da lei”.
“No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar”, disse Mourão no plenário do Senado.
Dentre os 33 alvos de mandados de busca e apreensão, estavam os generais da reserva Augusto Heleno e Braga Netto, que foram ministros no governo Bolsonaro.
Mourão é alvo de pedido de prisão?
A federação formada pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade protocolaram junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de prisão contra Mourão.
O PSOL também informou que pedirá a cassação do mandato do senador no Conselho de Ética do Senado Federal.
“É evidente que o senador Hamilton Mourão —e seu golpismo, mais do que provado nesta petição– causa concreto risco à ordem pública, posto que seu ato visa insuflar a base bolsonarista, cada vez mais radicalizada”, diz um trecho da petição protocolada pelos partidos.