O juiz Bruno Monteiro Rulière, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio, responsável por fiscalizar o sistema prisional do estado, pediu nesta segunda-feira para que a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap) preste esclarecimentos, após identificar “falhas grosseiras” por parte do órgão com relação à fuga de três presos de alta periculosidade da Penitenciária Lemos Brito, no Complexo de Gericinó, em Bangu, no último fim de semana.
Rulière afirma ter fundadas suspeitas de “omissões ilícitas” e “falhas grosseiras” capazes de comprometer a disciplina, ordem e segurança da unidade prisional. O magistrado deu um prazo de 48 horas para que a pasta apresente detalhes das medidas adotadas, especificando as restrições aplicadas ao caso.
O juiz reforçou ainda que, no dia da fuga, a ausência de imagens do circuito interno de câmeras, “bem como outras particularidades” da unidade, também foram pontos que chamaram a sua atenção.
A decisão de Rulière foi dada em pedido feito pela Defensoria Pública do estado, em relação às informações de violações de direitos de presos na Lemos Brito após a fuga.
Rulière afirma ter fundadas suspeitas de “omissões ilícitas” e “falhas grosseiras” capazes de comprometer a disciplina, ordem e segurança da unidade prisional. O magistrado deu um prazo de 48 horas para que a pasta apresente detalhes das medidas adotadas, especificando as restrições aplicadas ao caso.
O juiz reforçou ainda que, no dia da fuga, a ausência de imagens do circuito interno de câmeras, “bem como outras particularidades” da unidade, também foram pontos que chamaram a sua atenção.
Fuga arquitetada
O plano de fuga dos bandidos ocorreu em meio à guerra pelo controle de favelas do Rio. Entre os fugitivos, está Jean Carlos do Nascimento dos Santos, o Jean do Dezoito, chefe do tráfico do Morro do Dezoito, na Água Santa, Zona Norte.
Ele teria fugido para fortalecer seu bando, porque a favela que comanda sofreu uma investida de uma quadrilha rival nos últimos dias, em disputas territoriais que estão ocorrendo nas últimas duas semanas no Rio. Jean foi apontado pela polícia como o bandido que invadiu o fórum de Bangu, em 2013, para resgatar um preso.
Três anos após a invasão ao fórum de Bangu, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) concluiu a investigação de outro crime audacioso coordenado por Jean Carlos. Ele foi indiciado pelo homicídio de seu advogado, Roberto Viegas Rodrigues, após ele não conseguir livrá-lo das penas por outros delitos, e por ocultação de cadáver. O advogado estava desaparecido desde o dia 22 de dezembro de 2015.
De acordo com sua ficha criminal, ele é considerado de “altíssima” periculosidade. O criminoso tem um histórico de mais de 15 tipos de crimes, segundo o site “Procurados” do Disque-Denúncia. Natural do Morro do Urubu, em Pilares, Zona Norte do Rio, o criminoso praticava assaltos na região e chegou a chefiar também o tráfico de drogas na comunidade do Novo México, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. No Sistema de Cadastramento de Mandados de Prisão da Polinter constam 28 mandados contra o criminoso.