O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enfrenta críticas contundentes sobre sua gestão da Polícia Militar, destacando-se a análise do colunista Élio Gaspari, publicada na Folha de S. Paulo.
Gaspari pontuou que Tarcísio, ex-oficial do Exército, perdeu o controle sobre a corporação, um problema agravado pelo estímulo dado à força policial ao longo de quase dois anos de mandato. “O problema ficou de outro tamanho”, destacou o colunista, referindo-se ao crescimento da violência policial e à falta de comando por parte do governador e do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
A análise de Gaspari é contextualizada por recentes episódios de violência protagonizados por policiais militares no estado. O caso mais recente envolve onde um PM foi flagrado jogando um homem em um córrego e levantou questionamentos nas redes sociais sobre a falta de medidas efetivas para conter excessos policiais. “Nem ele e muito menos o capitão-deputado-secretário Guilherme Derrite controlam a tropa que comandam”, afirma Gaspari.
Para o colunista, o descontrole da PM paulista, agravado por declarações e gestos de apoio irrestrito às ações da corporação, reflete uma gestão ineficaz e permissiva. “Tarcísio já viu coisa parecida no Haiti”, escreveu Gaspari.
Enquanto isso, entidades de direitos humanos e lideranças da sociedade civil têm pressionado o governo de São Paulo por mudanças estruturais na abordagem da segurança pública. Pedem não só medidas corretivas para os casos de abuso, mas também políticas que promovam maior controle e supervisão da atuação policial. A postura de Tarcísio, no entanto, tem sido marcada por uma defesa pública da PM, o que reforça a percepção de que há um apoio tácito a essas práticas.