Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, “Dos Santos” e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha” tiveram a prisão preventiva mantida, segundo decisão do juiz federal Fabiano Verli. O trio é envolvido no assassinatos e ocultação de cadáver do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips, em junho de 2022, no Vale do Javari.
O magistrado informou que “não há qualquer possibilidade de o duplo homicídio ter acontecido por questões alheias ao reconhecido envolvimento das vítimas em temas de proteção a terras indígenas”. Bruno foi morto com três tiros, sendo um deles pelas costas, sem qualquer possibilidade de defesa, o que também qualifica o crime, e Dom foi assassinado apenas por estar com Bruno, de modo a assegurar a impunidade pelo crime anterior.
No ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o trio por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A procuradoria destacou que Amarildo e Jefferson confessaram o crime, enquanto Oseney teve a participação comprovada por depoimentos de testemunhas.
Ainda conforme o MPF, a denúncia trouxe ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM), onde o processo tramita no número 1000481-09.2022.4.01.3201, prints de conversas e cita os resultados de laudos periciais, com a análise dos corpos e objetos encontrados.
De acordo com o MPF, já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal em território indígena. O que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF como motivo fútil e pode agravar a pena.
Colômbia
O foragido da Justiça Ruben Dario da Silva Vilar, conhecido como Colômbia foi preso por agentes da Polícia Federal no dia 20 de dezembro de 2022. Ele, segundo a PF, é suspeito de envolvimento no assassinato ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista britânico Dom Phillips, cuja investigação ainda está em andamento.
Colômbia responde a um processo criminal por ser líder de uma associação criminosa que se dedica à pesca ilegal no Vale do Javari.
Conforme a PF, a prisão de Ruben foi novamente decretada pela Justiça Federal de Tabatinga porque o réu havia descumprido as condições impostas por ocasião da concessão de sua liberdade provisória.
Interrogatórios
Consta nos autos do processo, que o MPF tem 13 testemunhas, inclusive uma sob sigilo, além de duas testemunhas de defesa. O juiz federal decidiu que a audiência para oitivas de testemunhas e interrogatórios acontecerão nos dias 23, 24 e 25 de janeiro de 2023.