Apontada pela Polícia Civil do estado como uma importante liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC) no litoral paulista, Maria Aluilma Campos da Silva, de 56 anos, foi presa em flagrante, na quinta-feira (26/10), quando se dirigia para um “resumo”, como são chamadas as reuniões da facção, em Barueri, na Grande São Paulo. Outros dois criminosos também foram detidos.
No encontro, segundo investigações do 1º DP de Carapicuíba, a mulher iria debater com outras lideranças criminosas da região sobre o “desvio de conduta” de um traficante de drogas, identificado somente como “Gordo”.
O objetivo da viagem até a Grande São Paulo foi confirmado com base em mensagens trocadas, via celular, entre a líder da facção no litoral e integrantes da organização criminosa.
No carro abordado pelos policiais, ocupado por Maria e um homem, apontado como companheiro dela, foram encontradas pedras de crack, além de porções de cocaína e maconha.
Após a prisão do casal, os policiais foram até o endereço onde ocorreria o “resumo” dos criminosos, em uma residência pertencente à líder da facção, na cidade de Barueri, onde foram encontrados dois tijolos de maconha, 94 porções da mesma droga, e 45 papelotes de cocaína. No local também foi preso um comparsa do grupo.
Além de Maria, foram presos e indiciados por tráfico e associação com o tráfico de drogas Matheus Beserra Lemos, de 24 anos, e Pedro Henrique Nascimento Lemos, 28.
A defesa do trio não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Churrasco do PCC após assassinar policiais
Maria Aluilma foi investigada em 2005 por envolvimento no assassinato da Soldado Simone Rovaroni, da PM, e na tentativa de homicídio de outro policial, na cidade de Diadema, região metropolitana de São Paulo.
Segundo registros do 3º DP da cidade, criminosos, entre eles Maria, sequestraram o casal de PMs, desconhecendo a profissão das vítimas.
No cativeiro, descobriram que ambos eram policiais e, por isso, torturaram as vítimas, sacaram dinheiro de suas contas bancárias, além de atirarem contra elas.
Com o dinheiro roubado dos PMs, os criminosos compraram carne para promover um churrasco, em comemoração à extorsão mediante sequestro e ao assassinato da soldado. O evento foi feito no dia seguinte aos crimes.
A comemoração foi denunciada anonimamente. Dois menores foram apreendidos e indicaram o local onde as vítimas haviam sido mantidas.
No endereço, pertencente à Maria, estava Douglas Firmino de Lemos, que teria confessado ter dado tiros contra as vítimas.
Na parede da sala da residência, havia uma reportagem, sobre a morte da soldado.
Maria e outro envolvido no crime, Jimmy Carter Ildefonso, não foram presos na ocasião, porque conseguiram fugir.