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‘Dama do Tráfico’ do Comando Vermelho não era condenada quando visitou Brasília, aponta Demori

“Nenhum veículo deu a data de condenação. Por que? Não sei, mas eu fui atrás porque é o mínimo que é preciso saber: quando visitou os ministérios (e a Câmara e o CNJ, curiosamente poupados do fogo maior) ela não

‘Dama do Tráfico’ do Comando Vermelho não era condenada quando visitou Brasília, aponta Demori

Ao contrário do que disseram, ela não era uma mulher condenada por ligações ao tráfico, sendo que as visitas aconteceram em março e maio, enquanto o julgamento foi feito em outubro.

O jornalista Leandro Demori, do ICL, expôs, nesta quarta-feira (15), as contradições de veículos como Estadão e Folha de S.Paulo na cobertura da ida de Luciane Barbosa, a “Dama do Tráfico, a um evento no Ministério da Justiça. Ao contrário do que disseram, ela não era uma mulher condenada por ligações ao tráfico, sendo que as visitas aconteceram em março e maio, enquanto o julgamento foi feito em outubro.

“Nenhum veículo deu a data de condenação. Por que? Não sei, mas eu fui atrás porque é o mínimo que é preciso saber: quando visitou os ministérios (e a Câmara e o CNJ, curiosamente poupados do fogo maior) ela não era condenada”, escreveu em sua conta no X, o antigo Twitter.

“Portanto, nenhum tipo de controle barraria a pessoa naquele momento porque, para além de não ser condenada, ela tinha sido inocentada pela Justiça por falta de provas”, explicou.

 

O jornalista também mostrou como os veículos mudaram o discurso ao longo dos últimos dias. Com a perda da narrativa de “receber uma criminosa condenada”, o que Demori ironizou ao dizer que seria “um pequeno detalhe”, a Folha e o Estadão optaram por noticiar como calamidade a recepção a uma “esposa de um líder de facção”, no caso, Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”.

“Notem que a matéria da Folha hoje já não fala mais que ela é condenada. A palavra sumiu da cobertura. Agora o “crime” da pessoa é ser esposa de bandido. Nesse ponto, a cobertura assume um tom moralista, já que condenação judicial não havia”, seguiu expondo o veículo.

Mais cedo, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania também precisou desmentir os “sérios equívocos” nas reportagens. O Estadão também noticiou que a pasta comandada por Silvio Almeida teria bancado todas as despesas da ida de Luciane à Brasília.

No entanto, o MDHC explicou que a viagem foi custeada pelos Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT), que têm verbas próprias e também são independentes na indicação de nomear pessoas aos eventos realizados na Capital Federal.